BEZERRA, Vilma Maria de Lima (1989)
Alfabetização, Relação Professor/Aluno e o Fracasso Seletivo na Escola Pública:
São Paulo, 1989. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Psicologia)
Universidade de São Paulo.
Alfabetização, Relação Professor/Aluno e o Fracasso Seletivo na Escola Pública:.
Nome do Orientador: Jurn Jacob Philipson
Área: Ciências Humanas: Psicologia
Assunto: Determinantes de Resultados
Referencial Teórico: Psicologia Genética
Natureza do Texto: Pesquisa: Mais de Uma
Resumo: Com base nas teorias de desenvolvimento de Vygotsky, Wallon e Piaget, e na teoria construtivista da aquisição da leitura e da escrita, de Ferreiro e Teberosky, a autora se propôs como objetivo identificar aspectos explicativos do fracasso seletivo da criança pobre ao longo das duas primeiras séries do 1º grau, no que diz respeito à aprendizagem da leitura e da escrita. A pesquisa realizou-se em uma escola de 1º grau da rede municipal da periferia urbana da cidade de Recife/PE, com altos índices de repetência e de evasão. Foram selecionadas para a pesquisa 4 classes de alfabetizandos. A coleta dos dados se deu durante dois anos, através de avaliação do nível de representação da escrita alfabética pelas crianças, em quatro momentos de cada série (1ª e 2ª séries), de entrevistas com as professoras e a supervisora, de observações feitas em sala de aula e na sala dos professores, e ainda através de interações da pesquisadora com as crianças. A autora apresenta os resultados, dividindo-os em dois estudos: no primeiro, analisa a construção da representação da escrita alfabética pelas crianças; no segundo, analisa a prática pedagógica e a interação entre a professora de uma das turmas e os alunos. No primeiro estudo, são analisados os resultados das quatro turmas em conjunto, de cada turma em separado e dos alunos reprovados, e conclui-se que quanto mais avançado o nível inicial de concepção da escrita, maior é a possibilidade de êxito escolar. No segundo estudo, a autora analisa 12 episódios recortados da observação das aulas de uma das turmas, verificando a dificuldade de a professora interagir com os alunos que apresentam níveis mais elementares de concepção de escrita, buscando as causas que levam ao encaminhamento de crianças a clínicas de educação especial. Observa-se a inadequada relação entre professora e alunos, a escassa participação dos alunos dos níveis mais elementares de concepção da escrita, e a natureza conflituosa da prática de alfabetização.