DAVOLI, Sonia Maria Leite (1990)
Relações Entre as Habilidades Básicas e o Processo de Alfabetização em Crianças da 1ª Série do 1º Grau
São Paulo, 1990. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Psicologia Escolar)
Universidade Estadual de Campinas.
Relações Entre as Habilidades Básicas e o Processo de Alfabetização em Crianças da 1ª Série do 1º Grau.
Nome do Orientador: Sérgio Antônio da Silva Leite
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo Comparativo
Resumo: A pesquisa teve por objetivo observar as relações entre as chamadas habilidades básicas e o processo de alfabetização em alunos da 1ª série do 1º grau. Nesse sentido, utilizou-se como fundamentação teórica a visão de prontidão como etapa ou pré-requisitos necessários à aprendizagem da leitura e da escrita que não provém da simples maturação do sistema nervoso, mas de um desenvolvimento integral que requer a interação da criança com o seu meio sócio-cultural. O estudo foi realizado durante o período letivo de 1986 em uma escola estadual, situada em uma região periférica do município de Moji Mirim, São Paulo, contando com uma amostra constituída de 52 alunos cursando a 1ª série, sendo 24 do sexo masculino e 28 do sexo feminino, com idade entre 6 a 11 anos. Desses alunos, somente 15 não tinham freqüentado a pré-escola e os demais já tinham cursado um ano ou mais em pré-escola da prefeitura municipal. Para a realização da pesquisa, de caráter descritivo-exploratório, foram utilizados dois instrumentos. O primeiro destinou-se à avaliação das habilidades básicas para a alfabetização, tendo por objetivo avaliar o repertório dessas habilidades pelos alunos ao ingressarem e ao saírem da 1ª série, sendo elaborado a partir do I.A.R - Instrumento de Avaliação de Repertório Básico para a alfabetização, descrito por Leite (1984) e do Teste Metropolitano de Prontidão, forma R, adaptado por Poppovic (1966). Já o segundo, destinou-se à avaliação da aprendizagem na alfabetização, objetivando verificar o desempenho de cada aluno em relação ao processo de alfabetização desenvolvido pelas professoras em sala de aula, constando-se de 8 listas de palavras ditadas às crianças. No início do ano letivo, foram formadas as duas 1ª séries do 1º grau (1ª A e 1ª B). Logo nas primeiras semanas de aula, deu-se início ao período preparatório, sendo organizado de forma sistemática na 1ª A (aplicação de programas e atividades interessantes) e não-sistemático na 1ª B, contando apenas com as atividades planejadas e desenvolvidas tradicionalmente pela professora, sem uma orientação específica da pesquisadora. A partir dos resultados obtidos pelas crianças dos dois grupos, foi realizado um remanejamento de alunos, compondo dois novos grupos: a 1ª série A, formada pelos alunos que alcançaram os melhores índices de acertos na avaliação das habilidades básicas, e a 1ª B, formada por alunos que apresentaram os menores índices de acertos. Diante dos procedimentos descritos, a autora chegou às seguintes conclusões: as crianças do grupo A demonstraram melhor desempenho no decorrer do processo de alfabetização que as crianças do grupo B, o que implica na necessidade de um trabalho sistematizado (processo estruturado de ensino, possibilitando uma visão integradora do processo de ensino/aprendizagem) no período preparatório em 1ª série e pré-escola; há a necessidade de uma prática pedagógica conivente com uma formação adequada por parte do professor, de forma que tenha claro os fundamentos teóricos das chamadas habilidades básicas; o desempenho dos alunos parece ser determinado, em parte, pelas características de seu repertório inicial no processo de alfabetização; e , por fim, a necessidade de ser reverem os objetivos e funções da pré-escola quanto ao período preparatório e na qualidade de ensino.