ALVES, Maria Freire (1990)
Alfabetização: Uma Prática e Sua Teoria
Bahia, 1990. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal da Bahia.
Alfabetização: Uma Prática e Sua Teoria.
Nome do Orientador: Ana Maria de Carvalho Luz
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A partir do pressuposto de que conhecimentos lingüísticos são fundamentais à tarefa de alfabetização, esta pesquisa teve como objetivo verificar que elementos teóricos de natureza lingüística, psicolingüística e sociolingüística fundamentam a prática pedagógica do professor-alfabetizador, em situações específicas de leitura e escrita. Foram sujeitos da pesquisa cinco professoras de duas escolas da rede pública estadual, em Goiânia: uma escola do setor central e a outra da periferia; duas professoras de alfabetização, lecionando em pré-escola ou 1ª série inicial, e três de 1ª série, turmas constituídas de alunos já iniciados no processo formal de alfabetização. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e observação de aulas, sendo analisados segundo seis categorias: quatro de natureza essencialmente lingüística ( linguagem oral, sistema fonológico, sistema ortográfico, língua escrita (leitura e escrita), funções da linguagem), e duas de natureza pedagógica (conceito e processo de aprendizagem, processo de aquisição da lecto-escrita). No que diz respeito à fundamentação teórica, a autora não percebeu a existência de uma base teórica-científica que estivesse subsidiando a prática docente; pelo contrário, o processo de aprendizagem da lecto-escrita apresentava-se fragmentado, estereotipado e artificial, tendendo para uma prática marcadamente mecanicista. Identificou-se, também, descaso por parte das professoras em relação à linguagem oral e à bagagem lingüística trazida principalmente pelos alunos de camadas populares. A preocupação principal do ensino da língua escrita residia na aprendizagem da ortografia, em detrimento de situações que explorassem seus usos sociais, o que comprovava a ausência de respaldo científico para as práticas pedagógicas observadas.