ABRÃO, José Carlos (1990)
Alfabetizar: Quem Se Habilita? (A Propósito de Cartilhas e Relatos de Práticas Alfabetizadoras Com Crianças)
Alfabetizar: Quem Se Habilita? (A Propósito de Cartilhas e Relatos de Práticas Alfabetizadoras Com Crianças).
São Paulo, 1990. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade de São Paulo.
Nome do Orientador: Celso de Rui Beisegel
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Tomando por base o debate acerca do que se entende por alfabetizar/alfabetização, o autor analisa, na perspectiva do mecanicismo-não mecanicismo, algumas cartilhas, e, na perspectiva das tendências autoritária e dialógica, cinco relatos de experiências alfabetizadoras em que não se lançou mão do uso de cartilhas. O autor conclui que tanto as cartilhas quanto os relatos caracterizam-se, independentemente de seus pressupostos serem mecanicistas ou não mecanicistas, autoritários ou dialógicos, pela intencionalidade em conduzir a criança ao domínio da leitura e da escrita, pois tanto as cartilhas quanto os relatos pretendem uma ordenação de uma variedade de movimentos, obedecendo a certos ditames, a certos valores culturais, em função dos quais as decisões são tomadas. Assim, a prática da alfabetização é atravessada por um conjunto de paradigmas oriundos de variadas fontes que acabam tornando problemático restringir o fazer a dicotomias mecânico/não mecânico, autoritário/dialógico. Diante disso, o autor propõe que, ao invés de se dicotomizar, elabore-se um "ideal tipo" de prática alfabetizatória, que concebe como sendo "espontaneidade", entendida como um encaminhamento da prática em direção à construção conceitual no espontâneo empiricamente manifestado, fugindo-se ao encaminhamento em direção ao ordenativo previamente elaborado. No quadro desse "ideal tipo", a análise pode tornar-se menos mormativo-condenatória e mais compreensível em relação a esta ou aquela prática, a esta ou aquela cartilha.