JOÃO, Maria Helena Soares (1990)
O Ciclo Básico de Alfabetização em Belo Horizonte: a Intervenção e a Realidade
Rio de Janeiro, 1990. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O Ciclo Básico de Alfabetização em Belo Horizonte: a Intervenção e a Realidade.
Nome do Orientador: Lígia Gomes Elliot
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo Transversal
Resumo: ASSUNTO: Políticas Públicas em Alfabetização RESUMO: A presente pesquisa objetivou descrever e analisar o Ciclo Básico de Alfabetização (CBA) desenvolvido em Belo Horizonte a partir de 1985, verificando a percepção de diferentes categorias de participantes na idealização e implementação da proposta, tanto no que se refere ao nível de intenção quanto ao nível da realidade observada em sua operacionalização. A amostra do estudo foi constituída de 34 professores e especialistas que atuaram ou atuavam nas escolas públicas estaduais de BH e de especialistas e ou professores pertencentes ao órgão central e regional do sistema. Foram selecionadas 8 escolas (4 situadas em bairros mais centrais e 4 em bairros mais periféricos). Como instrumentos de pesquisa, foram construídos dois roteiros de entrevistas semi-estruturadas, elaborados a partir de entrevistas preliminares realizadas com professores e especialistas que atuaram na implantação do CBA. Os dados foram coletados nos próprios locais de trabalho dos entrevistados e registrados em fitas cassete. Em seguida, foram categorizados e tratados descritivamente, sendo analisados à luz da fundamentação teórica que embasou o trabalho. A partir dos dados obtidos sobre a intenção e a realidade do CBA nas 8 escolas investigadas, o estudo evidenciou os seguintes resultados: a) a inexistência de preparação prévia para a implantação e treinamento de pessoal trouxe insegurança e resistência à adoção da proposta, tanto para especialistas quanto para professores; b) apesar da resistência inicial com relação à proposta do CBA, as escolas, através de uma maior compreensão de seus fundamentos e objetivos, passaram a visualizar o CBA como um projeto interessante e relevante, se tivesse tido o acompanhamento adequado; c) a resistência explícita de professores e especialistas parecia ter suas origens no não cumprimento de muitos aspectos privilegiados no texto legal que criou o CBA; d) o processo educacional encontra-se preso a um sistema de trabalho centralizado e dependente de uma hierarquia difícil de ser modificada.