SANTOS, Maria da Graca Azenha Bautzer (1991)
O Grafismo Infantil : Processos e Perspectivas
São Paulo, 1991. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade de São Paulo.
O Grafismo Infantil : Processos e Perspectivas.
Nome do Orientador: Marta Kohl de Oliveira
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo Longitudinal
Resumo: RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo empírico sobre um segmento da gênese da escrita em crianças pré-escolares acompanhadas ao longo de dois anos consecutivos. Procedimentos metodológicos: coleta de dados por entrevistas e registro de relatos orais de alunos entre 4 e 7 anos. A autora inicia seu estudo, com uma discussão das propostas das teorias de Emília Ferreiro e Luria, estabelecendo um confronto produtivo entre elas, e os dados empíricos obtidos. Com isso, pretende-se explicar algumas divergências entre as formas de identificar e entender as diferenciações gráficas apresentadas pelas crianças. Os dados aqui apresentados são produções escritas de uma criança (utilizada como referencial) que freqüenta a pré-escola onde foi realizado o trabalho de campo. Esta criança tinha na época da entrevista, 4 anos e dez meses. Perguntadas sobre como elas poderiam fazer para ler, as outras crianças que também fazem parte deste estudo, respondiam que para ler é preciso pensar, e o pensar está relacionada ao apoio externo. Foi possível inferir portanto, que a escrita da pluralidade realizada por Maria Rita (aluna referencial) era uma reação que buscava momentos mais primitivos, alguns modos já anteriormente utilizados, quando esta incorpora fatores estimulantes de diferenciações e demonstra quanto estes fatores são dinamogênicos de escritas diferenciadas (particularmente, no que se refere ao registro de quantidades de letras utilizadas.) As estratégias às quais a criança recorre para realizar o registro gráfico, voltam a torná-los instrumentais, possibilitando a leitura, em razão das diferenciações que promovem no grafismo. Conclui-se que a emergência e o aguçamento dos impasses que parecem constitutivos da aquisição da leitura e da escrita, são extremamente relevantes do ponto de vista da questão pedagógica e da interpretação teórica da aquisição de um sistema simbólico. Neste sentido, seria importante entender porque certas crianças coordenam precocemente as considerações quantitativas da organização de escritas silábicas à considerações quantitativas relacionadas ao valor sonoro das letras.