FERREIRA, Maria das Graças (1991)
A Interação Verbal: Um Estudo do Papel da Linguagem Numa Sala de Aula de Alfabetização
A Interação Verbal: Um Estudo do Papel da Linguagem Numa Sala de Aula de Alfabetização.
Goiás, 1991. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Goiás.
Nome do Orientador: Sílvia Lúcia Bigonjal Braggio
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O trabalho objetivou descrever e analisar como se realiza a interação verbal entre professores , alunos e destes entre si, buscando esclarecer que concepção de linguagem permeia as conversações em sala, bem como as relações sócio-interacionistas estabelecidas na classe, as funções da linguagem que ali aparecem e, ainda, apreender aspectos ligados à competência comunicativa (quem pode dizer o quê a quem, quando e como); de modo a fornecer subsídios a professores sobre as implicações e importância da linguagem no contexto de sala de aula. A pesquisa foi desenvolvida em uma classe de 1ª série do 1º grau de uma escola da rede pública de Santa Cruz, Goiás, no ano de 1989. Os sujeitos foram 28 alunos e sua professora. Primeiramente a autora realizou uma pesquisa bibliográfica e um estudo das obras de autores como Bakhtin, Mc Dermott, Halliday, dentre outros. A coleta de dados deu-se uma vez por semana, cobrindo todo o dia escolar, desde a entrada das crianças até sua saída, tendo como cenário a sala de aula. Recorreu-se à observações com registros cursivos, gravações em fita cassete e entrevista com a professora e com o diretor da escola. A análise dos dados revelou que a linguagem na sala de aula era assimétrica, não dialógica, e não evidenciava o sujeito do discurso, estando, além disso, circunscrita em situações de informar sobre o conteúdo a ser apreendido, de controle da disciplina em sala de aula e de execução de tarefas. Os discursos apresentavam-se fragmentados e presos à metalinguagem, não retratando as atividades humanas em um espaço e um tempo sócio-histórico. Foi observado também a presença de uma hierarquia de papéis, sendo que a professora detinha a prioridade do discurso; o que a instituía como a única legítima para iniciar qualquer ação. Esses fatores, segundo a autora, impossibilitam ao professor desenvolver em seus alunos uma consciência crítica e a capacidade de se tornarem sujeitos de seu próprio discurso - a autonomia discursiva.
