MELLO, Maria Bernadete Silva (1991)
Relutância dos Professores em Alfabetizar
Rio de Janeiro, 1991. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal Fluminense.
Relutância dos Professores em Alfabetizar.
Nome do Orientador: Célia Lúcia Monteiro de Castro
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo de Caso
Resumo: Considerando a problemática da alfabetização de extrema relevância nos sistemas de ensino, especialmente públicos, a autora elegeu como objeto de estudo a análise dos fatores que intervém no comportamento do professor, levando-o a relutar-se em alfabetizar. Para tanto, o trabalho foi desenvolvido no sentido de investigar junto aos professores sua visão à respeito do processo de alfabetização; a forma como trabalhavam; além de descrever, analisar e esclarecer as causas pelas quais raramente eles queriam exercer a função de alfabetizar, apontando sugestões e alternativas para uma possível desmistificação da alfabetização. Para a coleta de dados, optou-se, inicialmente, pela realização de um conjunto de entrevistas através do contato direto com 4 professores, sendo 2 alfabetizadores, um ex-alfabetizador e um professor do pré-escolar. Posteriormente, sentindo a necessidade de ampliar a amostra, foram organizados questionários, abrangendo outros profissionais que já haviam alfabetizado e desistido do trabalho, regentes de turmas de pré-escola, de classes de alfabetização a 8ª série, especialistas e ainda alguns pais de alunos. A amostra foi composta por profissionais da rede pública estadual e da rede particular do Estado do Rio de Janeiro. Os dados revelaram que havia realmente uma predisposição negativa para o exercício da função de alfabetização, embora estes mesmos professores reconhecessem ser esta uma tarefa muito importante, apesar de trabalhosa. Foi detectada nos discursos de alfabetizadores e de ex-alfabetizadores indicativos de angústia e insegurança, como se estivessem a trilhar um caminho desconhecido em termos de percurso e de chegada ao final. Segundo a autora, tudo parecia indicar a falta de conhecimento a respeito de como o aluno aprende a ler e a escrever e a insegurança quanto às intervenções pedagógicas eram os fatores determinantes tanto do fracasso quanto do medo ou temor em que se encontravam os professores ao se depararem com uma classe de alfabetização.