MORETTI, Liege Zanella (1992)
Leitura e Escrita: Uma Experiência
Santa Catarina, 1992. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Linguística)
Universidade Federal de Santa Catarina.
Leitura e Escrita: Uma Experiência.
Nome do Orientador: Maria Marta Furlanetto
Área: Linguística, Letras e Artes: Linguística e Letras
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Relato de Experiência
Resumo: Esta pesquisa relata uma experiência efetuada numa 2ª série do 1º grau , com o objetivo de apresentar, discutir e refletir sobre questões relacionadas ao ensino/aprendizagem da leitura e escrita, como fator de interação social e como pré-requisito para um melhor desempenho lingüístico. Este trabalho foi desenvolvido durante o ano de 1989, na Escola Básica Hercílio Luís, na cidade de Tubarão, Santa Catarina. A metodologia do trabalho dividiu-se em duas etapas: instrumentalização dos professores de 1ª à 4ª série; e experiência com alunos de uma 2ª série do 1º grau. A princípio foi selecionada uma amostra com 8 professores; em seguida foram realizadas entrevistas e a avaliação das mesmas. Levar o aluno a usar a língua escrita de forma natural e espontânea, nos mais diferentes contextos, deveria ser a meta da escola . Mas isso não ocorre. A escrita é apresentada de forma mecânica artificial e descontextualizada. ( Prova disto são os textos nas cartilhas). O professor deve compreender o processo de alfabetização que cada criança vai construindo para poder intervir eficazmente , cuidando para que o diálogo entre ele e criança seja produtivo. Neste sentido, a preocupação com a grafia correta faz da língua objeto que tem a si próprio como referente. A leitura, assim como a escrita, deve promover a inquietação e não a cobrança. A oralidade é importante como fator de interação e contextualização discursiva, pois é através dela que se desenvolve a criatividade verbal. Após a aquisição da segurança no ato de escrever , vem a produção de textos, e os fatores indispensáveis para que esta prática seja bem sucedida são: ler, observar, polemizar e contrapor idéias. O aspecto avaliativo também merece destaque, pois é antes de tudo, pré-condição para uma reflexão do processo com o intuito de repensar a metodologia usada e ir em busca de caminhos menos tortuosos. Conclui-se que a escola trata o ensino-aprendizagem da escrita como uma mecanização, técnica, e não como uma apropriação de um objeto conceitual que, num ambiente de troca e interação mútua, os alunos construiriam de forma social e prazerosa.