SEMENSATO, Dirce (1992)
Anive; Uma Primeira Feição de Palavra Escrita: Um Estudo da Evolução da Escrita de Crianças Pré-Escolares
Anive; Uma Primeira Feição de Palavra Escrita: Um Estudo da Evolução da Escrita de Crianças Pré-Escolares.
São Paulo, 1992. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de São Carlos.
Nome do Orientador: Rosália Maria Ribeiro de Aragão
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O presente trabalho objetiva mostrar um estudo e documentação da convivência com crianças pré-escolares no início do processo de aquisição da leitura e da escrita. Embora esse trabalho se volte mais especificamente para a evolução da escrita da criança não alfabetizada, em sala de aula foram desenvolvidas nesse âmbito atividades que abrangem as várias áreas do conhecimento , pois a pedagogia de Freinet não privilegia a alfabetização um detrimento de outras áreas. Além disso, os sujeitos desta pesquisa são crianças de 5 e 6 anos. Buscou-se neste trabalho captar e expressar o movimento do processo com a preocupação de mostrar que a aprendizagem da escrita se dá de forma inicialmente espontânea, gradual e progressiva. Na trajetória desse processo considerou-se a aquisição das primeiras noções sobre a linguagem escrita, o desenvolvimento de relações leitura-escrita em função de necessidades da criança no contexto escolar, a interação do professor e do grupo, fundada na Pedagogia de Freinet. Antes da leitura convencional, a criança busca interpretar rótulos, embalagens, livros, cartazes... com isso vai construindo esquemas interpretativos. Nesse sentido, o meio social interfere na criança possibilitando-a conhecer a função da escrita. Assim, começa escrevendo sem se importar com a quantidade ou tipo de letras usada. Mais tarde, começa a haver uma preocupação com a quantidade e qualidade das letras usadas, pois, para se ler, é preciso que se tenha um número mínimo de letras, que também não podem ser repetidas. Antes da criança entrar para a instituição escolar, já tem um conhecimento lingüístico que foi sendo acumulado e que favorece na interpretação e produção de textos. Além disso, a alfabetização supõe o exercício de muitas práticas relacionadas entre si. Daí a alfabetização ser um processo longo de construção de novos conhecimentos que envolve aspectos técnicos que por sua vez exige treinamento e método. A criança no processo para a aquisição do novo, no caso a leitura e a escrita, vai levantando hipóteses e experimentando de tal forma, que seu sucesso a conduz a técnicas e a mecanismos que surgem naturalmente depois de descobrir que esses dois elementos (leitura e escrita) são formas usadas para comunicação do pensamento. Cada criança tem seu ritmo, suas necessidades e interesses que independem da vontade dos outros. Conclui-se que cabe à pré-escola lidar, ao lado da socialização, organização, cooperação, com o processo de desenvolvimento/aquisição da escrita, de forma a garantir à criança o domínio básico desse sistema de comunicação.
