BARROS, Regina C. Rocha de (1992)
A Importância do Contexto Situacional na Aquisição da Linguagem Escrita em Uma Sala de Aula
A Importância do Contexto Situacional na Aquisição da Linguagem Escrita em Uma Sala de Aula.
Goiás, 1992. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Letras)
Universidade Federal de Goiás.
Nome do Orientador: Sílvia Lúcia Bigonjal Braggio
Área: Linguística, Letras e Artes: Linguística e Letras
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A pesquisa teve por objetivos promover uma reflexão sobre o processo de aquisição da linguagem escrita em crianças no período inicial de escolarização - 1ª série do 1º grau - bem como sobre as estratégias que elas escolhem e utilizam nesse processo, focalizando também o papel do contexto situacional sobre tal escolha. E, a partir dessa reflexão, a autora objetivou incorporar os resultados do estudo aos novos programas de ensino da Língua Materna escrita das escolas do município de Santa Cruz, Goiás. Com vistas às intenções explicitadas, foram observados os processos e estratégias utilizadas por 54 crianças na aquisição de leitura e escrita em duas classes de alfabetização de uma escola da rede estadual de ensino, no período letivo de 1989. Os procedimentos de pesquisa foram: relatório semanal, reunindo descrições sobre a forma de organização dos elementos constituintes do contexto situacional das salas de aula, bem como a relação entre esse contexto e as estratégias de aquisição da língua escrita pelas crianças; encontros individuais com os alunos. A última etapa foi a análise dos dados coletados, incluindo os do livro didático adotado, das provas mensais e de outros trabalhos escritos apresentados. Os dados analisados levaram à conclusão de que uma das principais causas do fracasso na alfabetização, principalmente entre as classes menos favorecidas socialmente, se deve ao fato de que a escola mostra desconhecer a maneira pela qual a criança utiliza-se de seus conhecimentos prévios e experiências de vida no processo de aquisição da leitura e da escrita. Foi sinalizado que a falha no processo de alfabetização não se encontrava nos alunos, mas na maneira como os contextos situacionais de sala de aula eram organizados em função de programas, metodologias e currículos previamente estabelecidos pela instituição, que terminavam por apresentar às crianças a linguagem de forma fragmentada e desvinculada de seus usos e funções sociais. Nesse contexto, eram poucos os alunos que saíam da escola com um domínio da língua escrita funcional, a não ser aqueles que tinham na sua comunidade uma história de interação com a escrita que superava os bloqueios e deficiências do ensino formal. Foi constatado, por fim, que essa situação não restringia a ação dos alunos como também dos professores, colocados na posição de meros executores de instruções impostas, pela falta de apoio do sistema educacional.
