CAVATON, Maria Fernanda Farah (1992)

CAVATON, Maria Fernanda Farah. Dificuldades de Aprendizagem na Alfabetizacao Ou Dificuldades no Ensino da Leitura e da Escrita. São Paulo, 1992. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Nome do Orientador: Antonio Carlos Caruso Ronca

Área: Ciências Humanas: Educação

Assunto: Em Análise

Referencial Teórico: Em Análise

Natureza do Texto: Em Análise

Resumo: A pesquisa teve por objetivo descobrir como o professor alfabetizador lida com os alunos aos quais atribui "dificuldade de aprendizagem". Propõe uma reflexão crítica sobre o papel do professor, contribuindo para o desenvolvimento de práticas educativas capazes de alfabetizar com sucesso as crianças das camadas populares. Para tal foram estudadas duas escolas públicas de Brasília, cada uma com duas salas de CBA (Ciclo Básico de Alfabetização). Foram utilizadas entrevistas com as professoras, entrevistas e investigação da escrita com os alunos e observação em sala durante uma semana de aula para clarificar os seguintes itens: a visão das professoras sobre alfabetização, o seu papel de professor dentro deste contexto, sua opinião sobre seus alunos, como identificavam, trabalhavam e buscavam as causas das "dificuldades de aprendizagem"; e , a visão dos alunos apontados como tendo "dificuldades de aprendizagem" sobre a escola, o professor, as dificuldades que sentiam nas lições e a função social da escrita. Ao final do trabalho, a autora conclui que, o professor não sabe lidar com a criança que julga ter "dificuldades de aprendizagem", que sabe alfabetizar apenas crianças que não apresentam problemas, as classes média e alta, mas com as de poder econômico baixo, "carentes" como costuma dizer, não sabe o que fazer, o professor percebe que existem diferenças entre os alunos, mas não utiliza no trabalho pedagógico. Poucos são os professores que criam situações em sala de aula nas quais a criança seja ativa e suas formas de expressão, aceitas. Eles próprios são frutos da educação acrítica que vem sendo difundida há anos e que continuam pregando. Falta lhes, segundo a autora ensinamento através da experimentação, do acesso às informações que são negadas em seu dia a dia e do incentivo e aceitação do que já produzem em termos de leitura e escrita. Finaliza dizendo que, só a valorização da inteligência e da capacidade da criança em aprender e obter sucesso fará o "milagre" tão esperado pelos professores, ou seja, a eliminação das "dificuldades de aprendizagem" de seus alunos.