SERVIDONE, Mabel (1993)

SERVIDONE, Mabel. Leitor e Escritor Ou Observador Distanciado. São Paulo, 1993. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação) Universidade Estadual de Campinas.

Nome do Orientador: Sarita Maria Affonso Moisés

Área: Ciências Humanas: Educação

Assunto: Em Análise

Referencial Teórico: Em Análise

Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo de Caso

Resumo: Este trabalho tem por objetivo, analisar o processo de produção de língua na escola; refletir sobre sua transformação diante da racionalização do processo escolar, onde, em um esforço de individualização do sujeito, se produz o falante aprendiz. A metodologia utilizada é composta de observação em sala de aula e registros diários. Compreendendo a língua como um sistema de leis, idealmente disposto para se tornar atingível ao sujeito apenas como técnica neutra, e por isso dissociada de seus fins, ela se torna indiscutível como um valor social, pois esse valor seria irrelevante do ponto de vista lingüístico. Os alunos têm sido controlados tanto pelas atividades, que não deixam margem a extrapolações, como pelas avaliações com seus conceitos e estigmas. Ainda, a procura pela totalidade dos significados resulta em perder o sentido do texto. A compreensão da escrita, que está entre a intenção do escritor e do leitor nunca chega, pois esta totalidade não existe no mundo da escrita. Por isso, é importante contar às crianças como quem escreve vê esse ato. Como a escrita se aproxima diferentemente das pessoas, e discutir como elas próprias entendem o escrever. Uma função que define a língua escrita em nossa sociedade hoje é a de distinguir entre os falantes, quais possuem a convenção escrita e quais não a possuem. Além disso, é necessário que se priorize a formação de leitores e escritores diferenciados, implicando em uma contextulização social da língua. Esta não possui um valor fixo na sociedade, pois é no confronto de línguas que ela se constrói. Pode-se concluir que escrever bem não é uma questão de ter competência técnica, mas de privilegiar uma forma específica de envolvimento com a língua escrita. Se estamos formando observadores distanciado é porque não se está permitindo um envolvimento maior dele com o mundo da escrita.