FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva (1993)
Mudança e Resistência à Mudança na Escola Pública: Análise de Uma Experiência de Alfabetização Construtivista
Mudança e Resistência à Mudança na Escola Pública: Análise de Uma Experiência de Alfabetização Construtivista.
Minas Gerais, 1993. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Minas Gerais.
Nome do Orientador: Magda Becker Soares
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O estudo objetivou analisar a formação dos processos de mudança e de resistência à mudança na proposta de alfabetizçaão de uma escola da rede municipal de ensino de Belo Horizonte, bem como investigar as práticas e representações evidenciadas na dinâmica do cotidiano escolar, a partir dos novos paradigmas de alfabetização. A fase de observação e coleta de dados deu-se no período compreendido entre maio de 1991 a fevereiro de 1992. Foram sujeitos da pesquisa 12 professoras, a especialista e a bibliotecária de pré-escolar e de 1ª série, do grupo de mudança; uma especialista, 5 professoras alfabetizadoras, duas professoras do 2º turno e a diretora, do grupo de resistência. Os instrumentos de pesquisa foram entrevistas, registros de observações, conversa informal. A pesquisa estruturou-se em três eixos: investigação e observação das manifestações mais concretas de mudança e de resistência à mudança, no campo da linguagem escrita e no cotidiano escoalar; análise e interpretação das relações e práticas dos sujeitos no campo da organização do trabalho escolar, da linguagem e das relações; e análise do discurso e das práticas dos sujeitos pesquisados, buscando-se os motivos da origem da mudança e da resistência à mudança, bem como as representações dos grupos sobre esses processos. A análise dos dados permitiu concluir que: a presença da relação entre mudança no paradigma científico e mudança nas práticas escolares e da relação entre mudança e linguagem científica; o alcance das políticas públicas, por secretarias de educação, era bem limitado, e essas políticas eram vistas geralmente pelos educadores como imposições que desconheciam a realidade escolar; uma política de formação de professores teria maior alcance se ocorresse de forma permanente, criando-se novas formas de relação com o trabalho e com o conhecimento; na escola pública investigada havia a ausência de apenas uma linha de trabalho, o que podia gerar uma certa imppossibilidade de construção de um projeto político-pedagógico; e foi anotada a emergência da figura do professor/pesquisador que, não se contentando em consumir teorias, procurava também produzir conhecimentos na área de alfabetização. A autora, por fim, chama a atenção para a necessidade dos vários profissionais de ensino despertarem uma atitude permanente de análise de sua atuação prática, condição indispensável à uma realidade inovadora no âmbito da escola e da pesquisa educacional.
