KEIRALLA, Dayse Maria Borges (1994)
Sujeito Com Dificuldades de Aprendizagem X Sistema Escolar Com Dificuldades de Ensino
São Paulo, 1994. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Linguística)
Universidade Estadual de Campinas.
Sujeito Com Dificuldades de Aprendizagem X Sistema Escolar Com Dificuldades de Ensino.
Nome do Orientador: Maria Irma Hadler Coudry
Área: Linguística, Letras e Artes: Linguística e Letras
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A análise das contingências sociais das profissões levam a identificar práticas determinadas por crenças, valores e preconceitos muitas vezes criados e mantidos pelas próprias instituições sociais. Uma tendência crescente na sociedade, inclusive na brasileira, é a medicalização das questões sociais (COLLARES E MOYSÉS, 1986). Esta medicalização como prática social é forjada e mantida pelo senso comum que se torna o determinante cognitivo da atuação profissional. nas instituições médicas, no interior das rela~ções médico-pacientes, ao se da a transmissão dos conhecimentos, surge um corpo de conhecimento paralelo - o senso comum - que banaliza conhecimentos em linguagem compreensível ao usuário dos serviços médicos. Ao se construir a linguagem dos pré-diagnósticos de professores e pedagogos sobre alunos com dificuldades de aprendizagem emerge como conteúdo cognitivo um diagnóstico travestido de uma linguagem psicológica e médica e prática social se caracteriza por um deslocamento da atividade pedagógica para a atividade médica. Estas práticas sociais foram detectadas através de vários instrumentos: 1) levantamento num período de dezesseis meses dos relatórios de consultas do Ambulatório de Primeiro Atendimento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências édicas da Universidade Estadual de Campinas com a finalidade de identificar na instituição médica como se dá o périplo dos sijeitos encaminhados; 2) uma reconstrução histórica da dislexia como doença; 3) uma análise dos espaços sociais que colaboram para a constr~ução do senso comum da dislexia; 4) apreciação crítica dos conteúdos de falas de professores alfabetizadores e pedagogas, que constroem pré-diagnósticos e fazem encaminhamento aos serviços médicos e 5) relatos da atuação do psicólogo como agente de saúde mental ao medir a interação professor-aluno como uma dentre as estratégias possíveis de recuparação do ato pedagógico.