MORAIS, Antonio Manuel Pamplona (1994)
A Relação Entre a Consciência Fonológica e as Dificuldades de Leitura
A Relação Entre a Consciência Fonológica e as Dificuldades de Leitura.
São Paulo, 1994. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Nome do Orientador: Bernardete Angelina Gatti
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Este tem por objetivo, o estudo das possibilidades de se facilitar o processo de aprender a ler, tanto para aqueles que estão iniciando tal descoberta, como para aqueles que após várias tentativas ainda não conseguem tornar, para si mesmos, os textos significativos. A amostra colida, foi de 36 crianças da 3a série do 1o grau de escolas públicas e particulares, dividas em 2 grupos (um formado por leitores proficientes, e outro por não-proficientes). Nesta exposição fica claro que a relação que a fala mantém com a escrita não pode ser considerada regular, nem estritamente fonética. Na verdade, dificilmente uma escrita que possua um sistema ortográfico baseado no alfabeto pode ser considerada fonética. É devido a esta peculiaridade que a escrita não pode ser considerada o espelho da fala, mas ao se defrontar com a escrita e, principalmente durante período inicial da aprendizagem é importante que a criança atribua à escrita a função de representar a fala. A escrita é uma forma de comunicação que só existe a partir do momento em que há a leitura. Pode-se afirmar, que apenas a compreensão da relação entre a linguagem escrita e falada, e da forma como a primeira representa a Segunda, não é suficiente para se transformar um leitor num escritor, mas é condição necessária. À medida que o sujeito adquire mais experiências como leitor e escritor, vai aprendendo a utilizar um número cada vez maior de palavras ortograficamente corretas. Pelas definições do que é leitura e no que consiste o ato de ler, pode-se inferir, que o domínio ou não das referidas subdestrezas, é que contribuiria ou não, para que ocorresse a alfabetização. As crianças que apresentavam qualquer tipo de dificuldade eram treinadas a dominar a subdestrezas que não possuíam e, à medida que essas crianças iam adquirindo tais habilidades, as dificuldades de leitura e de escrita iam sendo superadas. A autora procura estabelecer um paralelo entre o referencial teórico e a época na qual este estava em voga. Assim, a maioria dos trabalhos até o final dos anos 60, era influenciado pela concepção de leitura e escrita ascendente (botton-up). A partir da déc. de 70, sofreu-se a influência da Psicologia Cognitiva, Psicolinguística, Sociolinguística e Antropologia, contidos no chamado movimento construtivista da educação. Neste contexto, os erros são chamados de erros construtivos, já que é através deles que as crianças ascendem ao conhecimento. Partindo para a relação existente entre consciência fonológica e a aprendizagem da leitura e da escrita, pode-se inferir que o termo a consciência fonológica foi definido como sendo a consciência de que as palavras são constituídas por diversos sons. Assim poderia-se afirmar que a aprendizagem do sistema alfabético de leitura e de escrita, pressupõe a habilidade de decompor e compor os sons da fala. Outro ponto de estudo, embora não seja o de maior ênfase nesta pesquisa, foi o da caracterização do leitor e do não-leitor, já que esta análise fornecerá subsídios para se discutir a questão do bom leitor e do leitor atrasado, que se constitui como ponto central da dissertação. Neste contexto, a leitura será entendida como um processo onde coexistem os modelos ascendentes e descendentes, dos quais, o leitor pode lançar mão para atribuir um significado ao texto escrito. Ao término da pesquisa constatou-se que os leitores não-proficientes, apesar de perceberem a palavra enquanto seqüência lingüísticas, obtiveram piores resultados nas provas de consciência fonológica. Especificamente, a dificuldade deste grupo situou-se no nível da detecção de fonemas, principalmente de fonema finais (rima). Neste sentido, conclui-se que um trabalho que enfatize a detecção dos fonemas que compõem as palavras, poderá contribuir para a superação das dificuldades de leitura.
