OLIVEIRA, Yolanda Dantas de (1994)

OLIVEIRA, Yolanda Dantas de. Concepcoes Que Permeiam a Pratica na Pre-Escola : Um Estudo de Caso. Minas Gerais, 1994. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação) Universidade Federal de Minas Gerais.

Nome do Orientador: Maria Rita Neto Sales Oliveira

Área: Ciências Humanas: Educação

Assunto: Em Análise

Referencial Teórico: Em Análise

Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo de Caso

Resumo:  O objetivo deste estudo é refletir sobre as concepções que permeiam a prática da pré-escola, no que diz respeito à sua função, ao conhecimento, à alfabetização e à criança. A pesquisa foi realizada numa pré-escola de rede pública de Belo Horizonte (MG). Os procedimentos utilizados foram: a observação participante, a análise documental e as entrevistas. A prática que vem sendo desenvolvida atualmente na pré-escola, tem se voltado para uma concepção mecânica e limitada da alfabetização, que é entendida como um treinamento de caráter puramente teórico, perceptivo/motor. Esta idéia se relaciona primordialmente à concepção de modelação da criança. A escola em questão foi transformada em 1982 em pré-escola ou, mais especificamente, em Polo de Pré, conforme é denominada. Considerando que as crianças que frequentam esta polo são provenientes da favela, seria necessário um maior empenho em promover situações voltadas para a leitura, possibilitando uma compreensão da função social do ato de ler. Nas observações em sala de aula, fio possível constatar que essas crianças são tratadas de forma diferente, com rispidez. Além disso, a freqüência não se dá de forma regular, havendo uma rotatividade que parece ser natural. A decisão por se dar maior ênfase à alfabetização é justificada, em razão da exigência feita pelos pais, no sentido de que seus filhos aprendam a ler e escrever logo cedo. O que se depreende dos discursos dos profissionais atuantes neste polo, é uma compreensão da pré-escola como instrumento de preparação da criança, junto à idéia de compensação. O que menos aparece é a idéia de preparação vinculada à alfabetização. Consequentemente, a criança é vista como um vir-a-ser, uma abstração não situada, não datada. Aqui, a aquisição da leitura e da escrita - alfabetização  é considerada resultado de momentos estanques, decorrentes da associação estímulos/respostas, que se dá de forma mecânica, repetitiva e imitativa. Como não podia deixar de ser, a avaliação é relacionada a um dado momento, o momento do teste. Pode-se concluir que nesta pré-escola a prática é determinada pelas expectativas dos pais das crianças, que se conflituam com as concepções dos profissionais da escola. Para resolver o impasse, esta utiliza-se do mecanismo da "alfabetização leve%u201D. Entretanto a prática mostra-se primordialmente voltada para a modelação da criança no sentido de acostumá-la á obediência a regras, a aceitação do estabelecido.