VALLE, Maria Tereza Esteban do (1995)
Não Saber/Ainda Não Saber/Já Saber
Rio de Janeiro, 1995. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal Fluminense.
Não Saber/Ainda Não Saber/Já Saber.
Nome do Orientador: Regina Leite Garcia
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo de Caso
Resumo: Este trabalho objetiva tratar do processo de construção do fracasso e do sucesso escolar no cotidiano das turmas de alfabetização das escolas públicas. Como campo de pesquisa foram utilizadas 3 escolas públicas do Rio de Janeiro. Em 1989 a pesquisadora acompanhou uma turma de alfabetização em uma escola de Niterói. Em 1990, participou de um grupo de estudos formado por alfabetizadores de outra escola de Niterói. Ainda neste ano, desenvolveu-se um observação numa escola municipal na cidade do Rio de Janeiro. A autora propõe discutir as ações dos professores que fazem parte de um movimento de construção de novos caminhos capazes de subverter o fracasso que vem permeando a realidade da escola pública. A discussão terá como eixo a relação saber/não saber, na perspectiva da construção de conhecimentos pelo professor. Neste movimento, o ainda não sei se revela como espaço potencial de construção de uma nova ação docente, sendo articulador da relação teoria/prática. Identificados os momentos de potencial construção do êxito escolar, fica evidente a busca do acerto e a negação do erro como um dos principais fatores que impede, ou dificulta, a construção de conhecimentos. Negando o erro, não é percebido o real movimento presente na relação dialética ensinar/aprender. A formação do professor não envolve o questionamento e a compreensão dos mecanismos que constróem a dicotomia entre saber e não saber. Neste sentido, a não saber é vivido como o anúncio da aprendizagem. Cabe à escola portanto, manter esta consciência e resgatá-la em seu cotidiano, na perspectiva do vir a ser e não da impossibilidade e da incompetência. Assim, há um movimento de professores no sentido de redirecionar a prática pedagógica, visando a reverter o fracasso de muitos, transformando-o no sucesso de todos. Conclui-se que a principal contribuição deste trabalho é mostrar que o professor só se torna capaz de refazer sua prática quando consegue se apropriar dela, quando se percebe capaz de compreendê-la, questioná-la e redirecioná-la, neste processo, é fundamental que o conceito de erro seja revisto.