GUIMARAES, Celia Maria (1995)

GUIMARAES, Celia Maria. Leitura e Escrita na Pre-Escola : Processo de Ensino da Leitura e Escrita. São Paulo, 1995. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação) Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho.

Nome do Orientador: Lauro Frederico Barbosa da Silveira

Área: Ciências Humanas: Educação

Assunto: Em Análise

Referencial Teórico: Pedagogia

Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo de Caso

Resumo: ORIENTADOR: Lauro Frederico Barbosa da Silveira / Luís Antônio Rodrigues Verdi Este trabalho foi realizado com objetivo de conhecer as idéias e concepções que professores da pré-escola municipal de Presidente Prudente/SP têm sobre seu trabalho em sala de aula e possíveis mudanças. O trabalho norteou-se pela seguinte metodologia: participação voluntária de 18(dezoito) professores pré-escolares pertencentes aos quadros da rede municipal de ensino. Nesta pesquisa foram encontradas diferentes posições quanto à função da educação pré-escolar que afetaram o entendimento sobre a atuação da leitura e da escrita neste nível de ensino. As críticas contundentes à pré-escola preparatória tradicional combatem a idéia de alfabetização como treino repetitivo e mecânico. Assim, duas grandes vertentes que comportam concepções diferenciadas da leitura e da escrita são apresentadas: a) aquela que concebe a leitura e escrita como um sistema de codificação e b) aquela que a concebe como um sistema de representação da linguagem oral e de comunicação. Assim, a posição dos professores da amostra seguem respaldadas por estas vertentes. No início das produções escritas, o professor que se preocupa demais com as convenções ortográficas, desvia a atenção do aluno do discurso lingüístico e do texto, desetimulando-o a produzir espontaneamente, por medo de errar. Portanto, o incentivo à espontaneidade da elaboração escrita permite que a criança revele e teste suas hipóteses sobre o que entende do funcionamento do sistema de escrita. Nenhum dos professores estudados faz uso da cartilha; entretanto, vários deles se utilizam de procedimentos análogos a ela. Preocupa o fato que, mesmo aqueles docentes que interagem com mais propriedade com a classe, também têm caído no equívoco de super-valorizar a cópia, as ordens verbais, relegando as atividades simbólicas, recreativas, deixando-se cair no esquecimento. A propósito, as classes de pré-escola tendem a se transformar em classes de pré-alfabetização, num estilo aparentemente reformulado das propostas pedagógicas para a pré-escola baseadas no conceito de educação compensatória. Outro fator importante está no planejamento das aulas. A maioria dos professores aqui estudados, planeja suas aulas. Neste planejamento, no entanto, varia-se a forma com que este é elaborado. Neste contexto, a leitura é uma das atividades menos executada em sala de aula! O lugar privilegiado é reservado à produção escrita pela criança, espontânea ou não. O aplicamento de questionários se constituiu como uma das etapas deste trabalho, e do resultado desta inquete, foi possível organizar os dados em 4 grupos, reunidos por afinidades de respostas. De um modo geral, o grupo de sujeitos estudados demonstra nitidamente as idéias que aceitam e as idéias que rejeitam no tocante à aquisição da leitura e escrita. Tudo o que foi observado reitera a presença de uma só realidade: aos sujeitos amostrados parece faltar um aprofundamento nos estudos que revelarão os fundamentos teóricos e práticos da vertente que estão admitindo como a concepção de aquisição da leitura e escrita subsidiária de sua prática educacional. A prática educativa observada nas salas de aula da pré-escola municipal de Presidente prudente carece desse saber por parte dos professores. Com efeito, a concepção que estes professores deveriam ter da pré-escola é que, cabe a esta o papel fundamental de oferecer as melhores condições e oportunidades para que os seus alunos prossigam evoluindo em sua competência cognitiva e em seus conhecimentos lingüísticos, matemáticos, de forma prazerosa e significativa, imbuída do compromisso político e pedagógico de gerar alfabetizadores que são capazes de produzir significado através do código escrito e de construir o significado dos diferentes textos escritos. Assim, conclui-se que os docentes da pré-escola municipal conseguiram, em sua maioria, no decorrer dos últimos dez anos, realizar alterações em suas idéias e concepções sobre o processo de aquisição da leitura e da escrita, porém não puderam produzir mudanças significativas em sua prática educativa cotidiana.