RAMOS, Ana Luiza Maximo (1995)
Alfabetização na Pré-Escola : Apreciação Analítica e Contribuições Para a Construção de Um Caminho Interdisciplinar
Paraná, 1995. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal do Paraná.
Alfabetização na Pré-Escola : Apreciação Analítica e Contribuições Para a Construção de Um Caminho Interdisciplinar.
Nome do Orientador: Maria Lúcia Faria Moro
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O objetivo deste estudo é analisar a forma pela qual é trabalhada a alfabetização na pré-escola pública de Itajaí, segundo uma amostra de professores das redes municipal e estadual de ensino. Dada a natureza da pesquisa, foram selecionadas por sorteio, dez professoras pertencentes à duas escolas: uma da rede municipal outra da rede pública de ensino. Realizou-se uma coleta de dados por meio de entrevistas semi-estruturadas, e pela análise das propostas curriculares da pré-escola das duas redes, e dos planos de ensino dos professores pertencentes à amostra. Os núcleos de desenvolvimento infantil da rede municipal de ensino não possuem uma proposta curricular sistematizada. Já as pré-escolas vinculadas à rede estadual de ensino possuem desde 1991, uma Proposta Curricular para a escola pública, da pré-escola ao 2o grau. A pré-escola tem como função social favorecer o acesso aos conhecimentos científicos organizados como forma de contribuir no processo de democratização da educação. Assim sendo, na tentativa de suprir as deficiências que compõem o ensino infantil, a pré-escola passou a trabalhar de forma ostensiva o ensino da leitura e escrita. Para que esta iniciativa tenha sucesso, é necessário que a pré-escola deixe de lado seu caráter assistencial e assistemático, ou ainda, sua função preparatória e mecânica. As professoras desta amostragem, caracterizam o ensino da pré-escola como preparatório para o primeiro grau. A concepção de alfabetização da maioria destas professoras, é voltada para o mero ato de ensinar a ler e escrever as palavras, inserido numa concepção mecanicista da educação. Além disso, quando as professoras foram questionadas a respeito do método que utilizavam, a maioria afirmou usar um pouco de cada método, rumo a um ecletismo. Com relação às disciplinas lecionadas, as professoras demonstraram estabelecer uma certa confusão entre justaposição e interdisciplinaridade, transformando o conhecimento em uma colcha de retalhos, sem conexão lógica. A tônica da prática avaliativa também assume um papel importante nas análises, pois a maneira como as professoras realizam a avaliação está diretamente ligada à sua concepção de pré-escola e alfabetização. Concluindo, a alfabetização na pré-escola deve ser trabalhada não com um sentido preparatório dos programas de educação compensatória, mas sim como um processo de construção de um objeto de conhecimento e como o fato social que é. A autora sugere no final de sua dissertação, alguns caminhos que procuram solucionar os entraves aqui contemplados.