DORNELES, Beatriz Vargas (1996)
Esquemas da Construção Numérica Elementar e da Escrita Alfabética em Crianças de Cinco a Seis Anos
São Paulo, 1996. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Psicologia)
Universidade de São Paulo.
Esquemas da Construção Numérica Elementar e da Escrita Alfabética em Crianças de Cinco a Seis Anos.
Nome do Orientador: Lino de Macedo
Área: Ciências Humanas: Psicologia
Assunto: Alfabetização
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Essa pesquisa descreve alguns esquemas comuns, utilizados pela criança no processo de construção de dois sistemas simbólicos: os números elementares e a escrita alfabética inicial. Procura-se estabelecer, igualmente, a importância desses esquemas no trabalho com crianças apresentando dificuldades de aprendizagem. Para isso, descreveu-se, em primeiro lugar, a sociogênese da escrita e do número em algumas civilizações, constando-se que a maioria dos povos que desenvolveram sistemas complexos de escrita também o fizeram com relação ao número. Em segundo lugar, descreveu-se a psicogênese de cada sistema simbólico, utilizando-se como referencial a Epistemologia Genética. Foram caracterizados os aspectos estruturais, funcionais e procedurais, ligados à psicogênese de cada sisitema, e os processos gerais, tais como abstração empírica e reflexiva, equilibração majorante e generalzação. Por fim, analisou-se a noção de coordenadores cognitivos e sua importância para a formação dos esquemas. A pesquisa propriamente dita consistiu em um estudo microgénetico no qual foram aplicadas duas situações-problema a um grupo de 22 sujeitos, entre cinco e seis anos, que frequentavam os níveis A e B de uma escola pública do Porto Alegre, escolhidos aleatoriamente. Uma das situações envolvia conteúdos numéricos e a outra, um conteúdo alfabético, cuja forma de apresentação era a mesma: as crianças eram solicitadas a reconstruir uma determinada série (numérica ou de letra) com um material diferente daquele apresentado inicialmente. encontrou-se três grandes etapas na evolução dos procedimentos de resolução dos dois problemas. Essas etapas não são vividas, necessariamente, de forma sincrônica nos dois sistemas simbólicos. As conclusões do trabalho podem ser assim resumidas: a) osdois sitemas simbólicos não se constroem de forma sincrônica: o sistema numérico apresenta uma anterioridade psicogenética e sociogenética; b) alguns procedimentos são comuns à construção numérica e alfabética (a correspondência termo a termo é um deles), exisitndo outros específicos de cada sistema; e c) a psicopedagogia pode se beneficiar da aplicação dessa ênfase metodo´logica microgenética que traz um enfoque mais qualitativo e dinâmico para o trabalho psicopedagógico clínico.