HAHN, Raquel Usevicius (1997)
O Processo de Construção da Professora Alfabetizadora no Cotidiano Escolar
Bahia, 1997. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal da Bahia.
O Processo de Construção da Professora Alfabetizadora no Cotidiano Escolar.
Nome do Orientador: Miguel Angel Garcia Bordas
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Concepção de Alfabetização
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Pesquisa: Estudo de Caso
Resumo: Esta pesquisa se propôs a investigar o processo de mudança de uma professora alfabetizadora no cotidiano escolar em relação a sua epistemologia. Foi utilizada para observação uma sala de aula de uma classe de 1a série da rede estadual de Salvador. Como processo da pesquisa, a autora utilizou observação participante e entrevista. Os sujeitos foram o professor, os alunos, os pais, o orientador, e a comunidade escolar. O compromisso mesmo inconsciente do professor com determinada epistemologia pode determinar a sua prática pedagógica. A simples mudança de paradigma epistemológico não garante, necessariamente, uma mudança de concepção pedagógica ou de prática escolar mas, sem esta mudança de paradigma superando o empirismo e o apriorismo, certamente não haverá mudança profunda na teoria e na prática. No cotidiano da sala de aula, será observada a interação entre o professor e o aluno destacando-se a função de linguagem utilizada pelos sujeitos da pesquisa que estão em interação na classe, e também o professor. A respeito da concepção de avaliação embutida na escola em questão, pôde-se constatar que a avaliação é a mais tradicional possível. A nota da unidade é a nota da prova. As provas não solicitam a construção do conhecimento, somente a verificação de conteúdos. Pelo que foi visto nas entrevistas, a concepção epistemológica deste professor é empirista, mas observa-se uma abertura do educador para com a sua classe e uma preocupação em desenvolver atividades interessantes e prazerosas para o aluno. No que tange a aquisição da escrita, a professora faz com que seus alunos reflitam sobre suas produções, no intuito de superá-las. Este, parte da produção do aluno para tentar questioná-lo, apresentando assim, a concepção epistemológica construtivista de ensino. Contudo, fica claro também que esta processo de mudança de paradigma não é linear, é um movimento dialético de idas e vindas que supõe a própria reconstrução pessoal do educador enquanto sujeito de aprendizagem. Pode-se concluir que a professora da classe em questão, viveu um processo de mudança muito profundo rompendo seus próprios paradigmas. Na análise das aulas expostas no escopo do trabalho, observou-se a fundamentação epistemológica do empirismo, do apriorismo e do Construtivismo, revelando o processo vivido pela mesma. Neste momento é possível afirmar que a professora mudou sua concepção epistemológica sobre o conhecimento, encontrando-se no contrutivismo, fazendo parte do grupo-sujeito e também em processo, pois as mudanças não são estanques, são movimentos e são vidas.