TIBALLI, Elianda Figueiredo Arantes (1998)
Fracasso Escolar: a Constituição Sociológica de Um Discurso
São Paulo, 1998. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Fracasso Escolar: a Constituição Sociológica de Um Discurso.
Nome do Orientador: Mirian Jorge Warde
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Fracasso Escolar
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O balanço das pesquisas sobre o fracasso escolar evidencia, na frequência e na diversidade de abordagem como que este assunto tem sido estudado pelos educadores brasileiros, duas explicações de natureza diferenciada: umaque investiga a individualidade do aluno para explicar o seu fracasso na escola e outra que investiga as instituições de ensino para explicar o fracasso da escola. O trabalho se propôs analisar o contexto da formulação do discurso sobre o fracasso escolar qu, ancorado na crítica desempenho ineficiente e ao modo seletivo com que a escola pública atende sua clientela, deu origem à idéia de fracasso da escola pública brasileira. No final dos anos 50 e início dos anos 60, a massificação do ensino público, a institucionalização da pesquisa educacional e os avanços metodológicos da Sociologia, bem como a inserção dessa disciplina nas questões educacionais, compuseram o contexto histórico e institucional da formulação da idéia de fracasso da escola pública. Para esta investigação, foram usadas como fontes privilegiadas as publicações do INEP, considerando-se a representatividade que as pesquisas e estudos realizados pelos intelectuais daquele instituto tiveram no pensamento pedagógico brasileiro. Evidenciou-se que, movidos pelo discurso da racionalidade isenta e objetiva, aqueles intelectuais formularam um discurso contraditório sobre a escola. em nome da igualdade de oportunidades clamavam por uma escola democrática mas negaram essa possibilidade ao considerar a escola como culpada diante dos problemas educacionais brasileiro. Nesta contradição, encontra-se a origem da explicação ideológica que sustenta a idéia de fracasso da escola pública, presente no discurso pedagógico brasileiro.