MACIEL, Monica Silvestri (1998)
A Presença do Construtivismo no Discurso e na Prática das Alfabetizadoras
Rio de Janeiro, 1998. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A Presença do Construtivismo no Discurso e na Prática das Alfabetizadoras.
Nome do Orientador: Marlene Carvalho
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Este trabalho tem como objetivo verificar a repercussão das abordagens teóricas de Emilia Ferreiro, Luria e Vygotsky sobre o discurso e a prática docente das alfabetizadoras. Trata-se de um estudo descritivo-analítico, de natureza qualitativa, tendo como cenário quatro escolas de perímetro urbano da cidade de Rio Branco, capital do Acre, escolhidas intencionalmente: uma escola estadual, uma municipal e duas particulares. Os sujeitos da pesquisa são seis alfabetizadoras e uma professora da Secretaria Estadual de Educação e Cultura, que faz para da equipe responsável pelo núcleo de alfabetização do Estado. As questões que nortearam a pesquisa foram: a) o que trazem de "novo", para o campo da alfabetização, as perspectivas teóricas construtivista e sócio-histórica? b) Quais são os indícios do "novo" no discurso e na prática das professoras? c) Como as professoras têm acesso ao "novo" conhecimento teórico em matéria de alfabetização? d) Algo de "novo" se realiza na prática? Se não, por quê? para responder a estas perguntas, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as professoras, e analisados documentos, como planos de aula, exercícios feitos pelas crianças e fotografias tiradas dos ambientes alfabetizadores. As evidências assim obtidas foram analisadas à luz dos trabalhos de Emília Ferreiro, Alexandre Luria, marta Kohl Oliveira e Soni Kramer, entre outros. Conclui-se que as professoras têm apenas algumas noções esparsas sobre construtivismo ferreriano, colhidas em leituras, ou em reuniões pedagógicas, mas estas "novas" idéias, presentes no discurso, não chegam a desestabilizar seus conceitos sobre a aquisição da leitura e da escrita. Na prática docente, mesclam atividades tradicionais, especialmente várias modalidades de cópia, com outras atividades tidas como inovadoras mas que não se prestam para modificar em profundidade a relação da criança e/ou delas próprias com a escrita como objeto de conhecimento. em geral, a introdução de algo "novo" na rotina docente não significa a superação ou a problematização dos métodos tradicionais.