BOSSE, Vera Regina Passos (2004)
O Conhecimento Metacognitivo de Crianças em Processo de Alfabetização e Suas Implicações Para o Aprendizado da Linguagem Escrita
O Conhecimento Metacognitivo de Crianças em Processo de Alfabetização e Suas Implicações Para o Aprendizado da Linguagem Escrita.
Paraná, 2004. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal do Paraná.
Nome do Orientador: Sandra Regina Kirchner Guimarães
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Estudo sobre o conhecimento metacognitivo da criança acerca da aprendizagem da leitura e da escrita, realizado no ano de 2003, na cidade de Curitiba-Pr, com o propósito de verificar as relações existentes entre esse conhecimento e a evolução da criança em seu processo de alfabetização, bem como identificar diferenças entre as concepções de aprendizagem da língua escrita de crianças pertencentes a duas diferentes classes sócio-econômicas. Os sujeitos são 18 crianças, entre 5 e 6 anos, sendo 10 alunos de uma escola pública da região metropolitana, e 08 alunos de uma escola particular do centro da cidade. As crianças são entrevistadas no início e no final do ano letivo de 2003, sendo então classificadas conforme sua evolução na aprendizagem da língua escrita. Relaciona-se o nível de conhecimento metacognitivo revelado pelos sujeitos, com sua performance no domínio da leitura e da escrita. Comparam-se as concepções acerca da aprendizagem da língua escrita dos alunos das escolas pública e particular. Após análise qualitativa dos dados, verifica-se que mesmo crianças com um conhecimento metacognitivo restrito conseguem aprender ler e escrever, embora de forma mecânica. Observa-se que crianças com amplo conhecimento metacognitivo, além de apresentarem uma boa evolução na aquisição do sistema de códigos que constitui a língua escrita, conseguem utilizar essa linguagem como instrumento para produzir e alcançar conhecimento. Verifica-se ainda, que no grupo de crianças oriundas de uma classe sócio-econômica menos favorecida, prevalece a concepção de que a linguagem escrita é um objeto específico do âmbito escolar e que sua utilidade se restringe a esse ambiente, ou para garantir status social, enquanto que no grupo de crianças da escola particular prevalece a concepção de que a aprendizagem da linguagem escrita é necessária para o acesso a diversas espécies de conhecimento presentes em situações práticas da vida. Conclui-se que as crianças que iniciam seu processo de alfabetização já conseguem identificar diversos passos do aprendizado da leitura e da escrita, julgar o grau de dificuldade envolvido na tarefa, reconhecer os objetivos desse aprendizado, citar estratégias facilitadoras da tarefa de aprender ler e escrever e avaliar seu próprio desempenho no processo de alfabetização, e que todas essas capacidades mostram-se ampliadas, ao término do ano escolar. Os resultados sugerem, que o nível de conhecimento metacognitivo alcançado pela criança está relacionado com a forma como ela se apropria da linguagem escrita, e que ambas habilidades desenvolvem-se paralelamente, numa relação de reciprocidade.