MORAIS, Delvair Maria David de (2005)
Professoras Leitoras e Formadoras de Alunos Leitores: Relações Entre Trajetórias Iniciais de Leitura e Prática Docente
Mato Grosso, 2005. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Mato Grosso.
Professoras Leitoras e Formadoras de Alunos Leitores: Relações Entre Trajetórias Iniciais de Leitura e Prática Docente.
Nome do Orientador: Cancionila Janzkovski Cardoso
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Esta investigação; que se fundamentou na abordagem qualitativa; teve como objetivo analisar a relação entre as trajetórias iniciais de leitura de professoras e a prática dessas professoras como formadoras de alunos leitores. As constantes críticas ao desempenho dos alunos brasileiros em relação à leitura e a percepção de que a prática da escola; muitas vezes; ainda é centrada na decodificação do texto escrito; bem como o fato dos constantes questionamentos a respeito da possibilidade de o professor ser um excluído da sociedade de leitores; faz-nos questionar sobre as influências entre as trajetórias de leitura das professoras e a sua prática docente; na formação de alunos leitores. Os sujeitos da pesquisa são 4 professoras do 1º Ciclo do Ensino Fundamental; da rede pública de ensino de Rondonópolis. A coleta de dados se deu por meio de questionário; observações de aulas e uma série de três entrevistas com cada professora. O referencial teórico sobre leitura; letramento e formação docente teve como base os seguintes autores: Kleiman (1989 e 1993); Soares (1998; 2001; 2003a; 2003b e 2005); Magnani (1989); Geraldi (1984); Nóvoa (1992); Tardif (2002) entre outros. A análise dos dados foi realizada a partir das seguintes categorias: concepções de leitura; relação com o livro didático; relação entre a trajetória de leitura e a prática docente. Pode-se verificar que as trajetórias iniciais de leitura dessas professoras são bem parecidas; considerando que o acesso aos bens culturais e as mediações; construídas no contexto familiar e escolar foram cruciais para a formação como leitoras e; também; que existe uma relação entre essas trajetórias e as suas práticas como formadoras de alunos leitores. Por meio das entrevistas; bem como nas observações das aulas; foi possível verificar que as atividades propostas por essas professoras refletem as concepções de leitura que construíram nos seus percursos iniciais como leitoras; notadamente os usos e as funções atribuídas à leitura; bem ligadas ao livro didático; material muito usado pela escola na formação dessas professoras e recusados por elas em sua prática. Inclusive; utilizam um Caderno de Leitura; composto por lições copiadas de cartilhas; mimeografadas e coladas em um caderno comum. Pode-se pensar que essa estratégia esteja vinculada às avaliações do programa nacional do livro didático (PNLD-1997); que deram aos livros uma nova configuração e as professoras sentem-se mais seguras com materiais parecidos com os quais foram alfabetizadas ou que seria uma tentativa de resgatar o processo de alfabetização; nos seus aspectos de decodificação do sistema da escrita. Nota-se o esforço dessas professoras em superar metodologias consideradas ultrapassadas pelas ciências da educação; quando procuram valorizar a leitura de textos; mas percebem a necessidade de se trabalhar com os aspectos lingüísticos da alfabetização.