LEITE, Tânia Maria Soares Bezerra Rios (2006)
Alfabetização – Consciência Fonológica, Psicogênese da Escrita e Conhecimento dos Nomes das Letras: Um Ponto de Interseção
Alfabetização – Consciência Fonológica, Psicogênese da Escrita e Conhecimento dos Nomes das Letras: Um Ponto de Interseção.
Pernambuco, 2006. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Pernambuco.
Nome do Orientador: Artur Gomes de Morais
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Essa pesquisa, de caráter longitudinal, buscou analisar a relação entre acompreensão da escrita alfabética, o desenvolvimento de habilidades de reflexão fonológica e o reconhecimento dos nomes das letras, durante a alfabetização. Comoobjetivos específicos, nos propusemos a analisar: a) como as crianças evoluíam emsuas hipóteses sobre o funcionamento da escrita alfabética; b) como odesenvolvimento da compreensão das relações parte-todo na notação escrita serelacionava à evolução das hipóteses de escrita; c) quais habilidades metafonológicas se relacionavam à evolução das hipóteses de escrita; d) como o conhecimento do nome das letras se relacionava à evolução das hipóteses de escrita. Nos apoiamos, sobretudo, nos estudos sobre consciência fonológica, na teoria da psicogênese da língua escrita, bem como nas contribuições dos estudos sobre o papel do conhecimento dos nomes das letras na alfabetização. Em cinco ocasiões, durante o ano letivo de 2004, examinamos doze crianças, alunos de turmas de alfabetização de duas escolas de Recife (pública e particular), oriundos de grupos socioculturais distintos. Em cada ocasião estes sujeitos respondiam a: I) doze diferentes atividades de reflexão metafonológica; II) atividades de escrita espontânea e transformação/ocultamento do nome próprio, para identificar o nível de compreensão da escrita alfabética; III) uma atividade de reconhecimento de letras (imprensa e cursiva). Os resultados da pesquisa indicaram que, quanto à evolução da compreensão do sistema de escrita alfabética, as crianças de ambas as escolas, de um modo geral, evoluíram consideravelmente da primeira à última coleta, não ocorrendo nenhuma regressão. Isso vem desmistificar as concepções que insistem em atribuir o maior índice de fracasso dos alunos da rede pública na alfabetização à sua origem. Com relação à compreensão das relações parte todo na notação escrita, os dados apontaram que a dificuldade de interpretação das partes constitutivas da palavra predominou nas crianças do nível de escrita pré-silábica. Esse dado evidenciou o quanto a decomposição silábica da palavra parece ter um papel importante na seqüência do desenvolvimento, mas não nos permite fazer generalizações para outras palavras que não sejam os nomes próprios. Quanto à relação entre as habilidades metafonológicas e a evolução das hipóteses de escrita, observamos que as crianças em níveis mais avançados de compreensão do sistema de escrita apresentaram melhor performance na maioria das atividades metafonológicas. Ressaltamos, contudo, que as atividades ao nível dos fonemas, de um modo geral, apresentaram-se como muito difíceis para todas as crianças, mesmo para as que tinham chegado a uma hipótese alfabética. Finalmente, contrariando certas perspectivas empiristas que têm ganhado espaço na literatura psicolingüística sobre alfabetização, nossos dados sugerem que o reconhecimento das letras apresentou uma relativa independência em relação à compreensão do princípio fonológico da escrita e ao efetivo uso convencional das relações som-grafia pelas crianças. Palavras-chave: Alfabetização / consciência fonológica / conhecimento das letras.