BORDIGNON, Josiane Tomasella (2009)
A Prática de Professores em Relação à Leitura e à Escrita Com Alunos Que Ingressam aos Seis Anos de Idade no Ensino Fundamental
São Paulo, 2009. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho.
A Prática de Professores em Relação à Leitura e à Escrita Com Alunos Que Ingressam aos Seis Anos de Idade no Ensino Fundamental.
Nome do Orientador: Maria Cecília de Oliveira Micotti-
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A alfabetização, nos últimos tempos, tem ocupado lugar de destaque entre as pesquisas e as políticas públicas. Há grande preocupação com a melhoria da qualidade da educação, a qual está associada a uma aprendizagem eficaz de leitura e da escrita. As orientações pedagógicas têm preconizado o ensino voltado para a construção do conhecimento, no qual o aluno seja compreendido, no qual o aluno seja compreendido como sujeito da aprendizagem; críticas são feitas à valorização da cópia, da reletição e da memorização, acentuadas na didática tradicional. Essas questões exigem do professor uma mudança nas práticas pedagógicas, e ainda mais, mudança de concepção sobre o ensino. Em meio a esse embate, são implantadas as legislações que alteram a idade de matrícula, no ensino obrigatório, de sete para seis anos de idade e a duração do ensino fundamental para nove anos. Diante dessas questões, este estudo visa identificar e descrever os enfoques dados à antecipação da escolaridade obrigatória por parte dos gestores e professores do ensino fundamental; o trabalho dos professores com a leitura e a escrita: as relações entre as práticas pedagógicas e as concepções de ensino, de leitura e de escrita apresentadas pelos professores. Para a realização do estudo foram entrevistados: um representante da Secretaria Municipal da Educação de Rio Claro, diretores de escola, coordenadores pedagógicos e professores do primeiro ano do ensino fundamental, de dez escolas selecionadas por sorteio. Aos professores, dois de cada escola, foram solicitados cadernos de alunos para a análise da prática pedagógica. Os resultados reelam que um número representativo de gestores e professores não apresenta com clareza opinião sobre a inclusão dos alunos de seis anos de idade no ensino fundamental. Quando indagadas sobre o que entendem por saber ler/escrever, uma minoria relaciona a aprendizagem da leitura e da escrita à decodificação e à codificação, ao verificar os cadernos das crianças observa-se coerência entre o discurso e a prática. Parte significativa dos professores indica a importância da compreensão na leitura, do entendimento da mensagem e quanto à escrita salientam como um modo de se expressar, comunicar, uma forma de registro. A análise dos cadernos dos alunos, no entanto, revela que somente em uma escola há coerência entre o discurso e a prática pedagógica dos professores. As atividades realizadas nas aulas, de modo geral, não envolvem a compreensão dos escritos, o entendimento, a elaboração de textos, centram-se na aprendizagem do código escrito e na mecânica da leitura e da escrita, deste modo, observa-se um descompasso entre o discurso e as práticas pedagógicas das professoras. Gestores e professores se mostram preocupados quanto à adequação do trabalho aos alunos de seis anos de idade; indicam o ¿brincar¿ e o ¿lúcido¿ como aspectos essenciais nesse processo. Os dados revelam ainda, que faltam subsídios por parte dos órgaõs governamentais, para que os gestores e professores tenham condições de realizar um trabalho realmente voltado para as necessidades dos alunos com seis anos de idade, matriculados no ensino obrigatório.