DRUZIAN, Ângela (2012)
Leitura e escrita na educação infantil: as configurações da prática pedagógica
São Paulo, 2012. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho.
Leitura e escrita na educação infantil: as configurações da prática pedagógica.
Nome do Orientador: Maria Cecília de Oliveira Micotti
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Alfabetização
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Atualmente, entre os problemas que afetam a educação brasileira destacam-se os referentes à alfabetização. Nesse cenário, observamos, em busca de transformá-lo, mobilizações governamentais, mediante investimentos em programas que visam à alfabetização das crianças de até oito anos de idade. Como essas ações centram-se no ensino fundamental, inferimos que a educação infantil ainda não é considerada como parte do processo da aprendizagem da leitura e da escrita, nem etapa para o acesso e desenvolvimento deste. Contrariando os que se recusam, por motivos diversos, a refletir sobre a alfabetização na educação infantil, pesquisadoras como Jolibert e SraïKi, Ferreiro, Micotti e Teberosky afirmam que as crianças desde muito pequenas vivenciam experiências com a escrita. Diante desse embate, esta dissertação teve como objetivo geral identificar o enfoque dado à leitura e à escrita nas instituições públicas da educação infantil. Especificamente, visou a identificar as concepções de ensino e aprendizado da leitura e da escrita, apresentadas por professores em suas práticas pedagógicas, as relações que se estabeleceram entre seus discursos e práticas e também descrever se os responsáveis pelas crianças manifestaram conhecimento da proposta de ensino utilizada pelas professoras e o que disseram sobre o ensino da leitura e da escrita, nessa etapa da educação básica. Para isso, estudamos o contexto histórico do surgimento das instituições de educação infantil, as funções que lhe foram atribuídas, as epistemologias que se vincularam a essas funções, as práticas pedagógicas referentes à leitura e à escrita, considerando-se os fundamentos epistemológicos e a relação família-escola. A pesquisa foi realizada no município de Limeira - SP. Desse, selecionamos, segundo a tabela de Fisher e Yates, 20% das escolas de educação infantil que atendem crianças da faixa etária de quatro a cinco anos. Sorteamos um professor, de cada escola e 20% dos pais ou responsáveis pelos seus alunos, obtendo o total de 16 docentes e de 54 responsáveis. Em campo, observamos as aulas e entrevistamos os professores e os responsáveis. Os dados da pesquisa revelaram que o enfoque da leitura e da escrita, em geral, tendeu a uma abordagem pedagógica tradicional. As práticas observadas tenderam a uma concepção de leitura e escrita voltada para a aquisição do código alfabético. Entretanto, nessas tendências, entremearam-se, em maior ou menor grau, aplicações pontuais de procedimentos distintos, vinculados a outras concepções. Revelaram, também, que os discursos da maioria das docentes contradisseram as suas práticas; em apenas alguns casos as confirmaram. Suscitaram, ainda, reflexões quanto à formação docente e à transição, integração entre a educação infantil e o ensino fundamental. Quanto à relação escola-família, os resultados indicaram que a interação dos pais ou responsáveis pelos alunos com sua vida escolar tendeu à superficialidade, revelando a necessidade de relações mais horizontais entre essas, de modo a favorecer a compreensão quanto às propostas de ensino das professoras e o que essas representam para a construção do conhecimento de leitura e escrita, importantes para a vida e a construção de saberes das crianças sobre o mundo