ALMEIDA, Ana Caroline de (2012)
Ensino Fundamental de Nove Anos: Alfabetização e Letramento Com Crianças de Seis Anos
Ensino Fundamental de Nove Anos: Alfabetização e Letramento Com Crianças de Seis Anos.
Rio de Janeiro, 2012. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Fundação Getúlio Vargas.
Nome do Orientador: Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo
Área: Ciências Humanas: Psicologia
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Uma das mudanças mais recentes no campo das políticas públicas para a educação no Brasil inseriu as crianças de seis anos no primeiro ano da escolaridade obrigatória, o que se caracterizou como uma conquista no campo do direito à educação. Entendemos, porém, que é no âmbito das práticas pedagógicas que esse direito pode ser garantido, por isso optamos pela perspectiva etnográfica dos estudos sobre letramento, como perspectiva teórico-metodológica fundante deste estudo. Buscamos conhecer práticas de alfabetização e letramento desenvolvidas em turmas do 1º ano deste ?novo? EF, em um município mineiro, a partir de relatos de professoras e da análise de uma prática pedagógica. Para tanto, dialogamos com autores como Green, Dixon e Zaharlick (2005), Street (1984, 1993, 2001, 2003, 2009), Castanheira, Green e Dixon (2007), Kleimam (1995), Soares (1998), Rojo (2009) e Macedo (2005, 2010), entre outros. Evidenciamos uma tensão entre ensinar o código e trabalhar com textos de circulação social. No entanto, foi possível notar a predominância da concepção de letramento autônomo, proposta por Street (1984), pois não observamos que essas professoras desenvolvam atividades de compreensão acerca das características dos gêneros textuais trabalhados e nem a possibilidade de produção escrita desses gêneros. Ademais, o livro literário não é visto pelas docentes como fundamental nos processos de alfabetização e letramento e excluído daquilo que elas denominam trabalho com gêneros. Finalmente, o LD não é explorado, predominando a utilização de atividades mimeografadas, retiradas de coleções para alfabetizar, como principal ferramenta no trabalho com a leitura e a escrita. Concluímos que a voz dos cadernos do CEALE é uma voz acentuada nos discursos das docentes, configurando-se como a principal via de apropriação dessa política por parte do grupo de professoras que compuseram a pesquisa. Notamos, ainda, que essa apropriação centra-se no viés da avaliação, fato que se relaciona diretamente à conjuntura atual do sistema educacional brasileiro, marcado por avaliações oficiais, que tanto tem impactado as práticas pedagógicas, em todos os níveis de ensino.