RIBEIRO, Macilene Vilma Gonçalves (2014)
Conexões Entre as Habilidades da Consciência Fonológica e a Produção Escrita da Criança: o Trabalho de Análise da Sílaba na Fase Inicial de Alfabetização
Conexões Entre as Habilidades da Consciência Fonológica e a Produção Escrita da Criança: o Trabalho de Análise da Sílaba na Fase Inicial de Alfabetização.
Minas Gerais, 2014. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Minas Gerais.
Nome do Orientador: Isabel Cristina Alves da Silva Frade
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Este estudo inscreve-se no campo das pesquisas sobre as relações entre a consciência fonológica e a apropriação do sistema de escrita alfabética. Investigamos as implicações das diversas habilidades fonológicas na escrita de crianças do 1º ano do Ensino Fundamental. Aplicamos testes de consciência fonológica no início e ao final do estudo e tarefas de produção escrita de listas de palavras em três momentos do ano escolar, solicitamos às crianças justificativas para suas respostas. Dialogamos com pesquisas, de diversas tendências, sobre a consciência fonológica; com investigações sobre o modo como o aprendiz relaciona fala e escrita e sobre a estrutura silábica. Discutimos pontos de instabilidade nas escritas dos sujeitos, a partir de quatro categorias: problemas de desordem com pertinência; influência do reconhecimento do nome das letras; a imposição do modelo CV; influência de conhecimentos adquiridos acerca do sistema ortográfico no ensino formal. Nossos resultados forneceram indícios de que, dentre as habilidades fonológicas, a segmentação oral em sílabas precisa estar bem consolidada para que a criança avance em seu processo de evolução da escrita; que as crianças operam com sílabas, rimas, aliterações e fonemas, no entanto, mesmo com hipótese alfabética, não são capazes de pronunciar os fonemas e referem-se ao nome das letras. A consciência fonológica parece ter uma evolução e variações e não pode ser considerada como se a criança a tivesse ou não. No estudo, com o apoio da escrita que produziram, as crianças operaram com unidades linguísticas que não conseguiram operar nas tarefas orais, isso indica que a escrita seria o ponto de partida para análises da fala. As crianças têm maneiras particulares de analisar a sílaba para escrever e as soluções que encontram para os problemas de escrita parecem depender de suas hipóteses conceituais acerca do sistema de escrita alfabética, das análises fonológicas, de vários tipos, que são capazes de realizar, da estrutura interna da sílaba. Além das reflexões fonológicas, a criança convive com outras hipóteses que elabora sobre a estrutura internada sílaba, sua hierarquia de dificuldades e a aparente necessidade de a criança preservar o modelo CV, além de decisões a respeito de quais letras (consoantes ou vogais) e a sua ordem para escrever. Dessa forma, nossa hipótese é a de que as omissões das crianças ao escrever não podem ser atribuídas (somente) à incapacidade de analise fonêmica.