TONIN, Fabiana Bigaton (2016)
Leitura Fruição na Escola : o Que Alunos e Professores Têm a Dizer?
São Paulo, 2016. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade Estadual de Campinas.
Leitura Fruição na Escola : o Que Alunos e Professores Têm a Dizer?.
Nome do Orientador: Ana Lúcia Guedes-Pinto
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Este trabalho se propõe a analisar os depoimentos de alunos e professores sobre as práticas de leitura fruição ¿ a leitura que não é obrigatória, feita por escolhas dos professores, em momento e espaço privilegiados. Trata-se de uma forma de leitura partilhada entre professores e alunos, sem que haja avaliações ou quaisquer outras cobranças. O objetivo desta pesquisa é entender um pouco mais da leitura fruição e seus desdobramentos, a partir da análise dos relatos sobre como se realizaram tais práticas, como se concretizaram no ambiente escolar, bem como seus impactos, e como poderiam influenciar a formação de leitores, em especial, dos alunos. Embora a leitura fruição seja, por vezes, pouco valorizada e legitimada (programas de formação de professores como o Pacto pela Alfabetização na Idade Certa ¿ PNAIC ¿ têm buscado fortalecê-la), ficando, por vezes, restrita aos anos iniciais do Ensino Fundamental, procuro refletir sobre sua realização sistemática ¿ incluindo nesta análise os anos finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Proponho reflexões sobre como tal contato com os mais diversos textos, com mediação ativa dos professores (PETIT, 2008 e 2009), influencia alunos e também docentes e constitui-se diálogo efetivo e afetivo entre eles (BAHKTIN, 2003 e 2009). Inicialmente, procuro consolidar algumas definições de leitura fruição, concebendo-a a partir das definições de prática (CHARTIER, 1991, 1994,1999a e 1999b, 2002), e como jogo entre táticas e estratégias (CERTEAU, 2012). Busco ainda configurá-la como possibilidade de humanização, segundo PETIT (2008, 2009 e 2013) e Candido (2004) e também caracterizá-la como experiência (BONDÍA, 2002) e performance (ZUMTHOR, 2014). Procuro, ainda, conceber que essa leitura gratuita pode incentivar à "alegria cultural" (SNYDERS, 1993) e à fruição essencial para a constituição subjetiva (PETIT, 2008, 2009; ORDINE, 2016). Para realizar tais objetivos, realizei entrevistas com ex-alunos e professores de um tradicional colégio privado em Campinas/SP, no qual trabalhei e onde vivenciei a prática de leitura fruição. Para analisar tais depoimentos, recorri aos referenciais teórico-metodológicos da História Oral, que possibilitam a análise dos discursos construídos por ex-alunos e professores numa perspectiva crítica e dialógica