GOMES, Tatiane Andressa de Almeida (2016)
O Desenvolvimento da Linguagem Oral e a Sua Relevância no Processo de Alfabetização: Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural e da Fonoaudiologia
Paraná, 2016. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Psicologia)
Universidade Estadual de Maringá.
O Desenvolvimento da Linguagem Oral e a Sua Relevância no Processo de Alfabetização: Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural e da Fonoaudiologia.
Nome do Orientador: Nilza Sanches Tessaro Leonardo
Área: Ciências Humanas: Psicologia
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O presente estudo trata de uma pesquisa bibliográfica e empírica, cujos objetivos constituíram-se em estudar o desenvolvimento da linguagem oral, sob a perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, identificando sua relevância no processo de alfabetização e investigar a ênfase dada pelo professor dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ao desenvolvimento desta linguagem em sala de aula. Na pesquisa bibliográfica primou-se, inicialmente, por delinear sobre o desenvolvimento do psiquismo, explanar a respeito das funções psicológicas superiores para apresentar então a concepção referente à linguagem oral e escrita na perspectiva da teoria histórico-cultural. Em seguida, foram esclarecidas questões anatômicas e sociais, no tocante ao desenvolvimento da linguagem oral, realizando um contraponto às vertentes dentro da Fonoaudiologia quanto ao tema abordado. Posteriormente, foi realizado um resgate histórico sobre esta ciência, de forma a elucidar sua atuação frente à Educação. A partir de então, verificou-se que, na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, a linguagem oral é contemplada como essencial ao desenvolvimento humano, uma vez que ela é responsável por elevar tal desenvolvimento a patamares superiores. Apesar de fundamental para a constituição do homem, a linguagem oral, nessa concepção, diferencia-se da escrita pelo fato desta se estabelecer por meio do ensino sistematizado, enquanto a constituição daquela se realiza a partir das relações sociais. Destarte, há a eminência tanto da linguagem oral quanto ao elo entre esta e a linguagem escrita nessa perspectiva. A pesquisa empírica foi desenvolvida em duas escolas municipais, localizadas no interior do estado do Paraná, das quais foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com sete professores que atuam de 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental. Realizou-se a análise e discussão do material coletado, pautado na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural. Os resultados apontaram que em relação à compreensão do desenvolvimento da linguagem oral, embora alguns participantes tenham abordado de forma sucinta questões relevantes sobre o eixo, não houve aprofundamento teórico e em sua maioria, os dados mostraram uma concepção reducionista e estanque. Referente à mediação docente e ao desenvolvimento da linguagem oral, os participantes relataram compreender a importância dessa mediação e realizar atividades que contribuam para tal, contudo, esses relatos contradizem a prática em decorrência da grande demanda encaminhada para avaliação e triagens fonoaudiologicas, sem a real necessidade. Quanto aos fatores que propiciam o desenvolvimento da linguagem oral e da alfabetização, os entrevistados atribuíram o sucesso deste desenvolvimento à maturação do aluno, à família, simplificando esse processo, demonstrando uma concepção de modo reducionista e equivocada, desmerecendo a própria profissão. Vale destacar que apenas um dos participantes ressaltou a importância do planejamento do professor e a questão social dentre esses fatores. Refletindo sobre esses apontamentos, verificou-se a urgência da inserção da disciplina de Linguística na grade curricular dos cursos de Pedagogia, a necessidade da realização de formações sistematizada aos professores de modo a não só repassar os conteúdos acerca do desenvolvimento da linguagem oral e escrita, bem como instigá-los a compreender que a sua atuação de forma efetiva no processo do desenvolvimento da linguagem oral e, principalmente, da linguagem escrita é fundamental.