PINTO, Karina Panizza de Sousa (2017)
A Criança e a Escrita: a Alfabetização Como Processo Subjetivo
Distrito Federal, 2017. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade de Brasília.
A Criança e a Escrita: a Alfabetização Como Processo Subjetivo.
Nome do Orientador: Cristina Massot Madeira Coelho
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Este trabalho teve como objetivo compreender aspectos da subjetividade de crianças em processo de aprendizagem da leitura e da escrita em uma turma do Bloco Inicial de Alfabetização da rede pública de ensino do Distrito Federal. A pesquisa buscou investigar as práticas de alfabetização, letramento e desenvolvimento humano da turma estudada; caracterizar as relações que se estabelecem no contexto da sala de aula bem como suas implicações para o processo de alfabetização das crianças da turma. Buscou-se compreender como as crianças integram contextos não escolares ao processo de alfabetização e como as construções criativas das crianças emergem no processo de aprendizagem da escrita e da leitura. Na busca de um suporte teórico que sustentasse nossa concepção sobre a alfabetização em uma perspectiva da subjetividade utilizamos a concepção histórico cultural do desenvolvimento de Vigotski e as categorias propostas na Teoria da Subjetividade de González Rey (2005). Metodologicamente partimos dos princípios da Epistemologia Qualitativa, em relação à forma de construção de conhecimento singular, dialógica e construtivo-interpretativa. Foram colaboradores da pesquisa uma professora do segundo ano do Ensino Fundamental em uma escola da rede pública do Distrito Federal com sua respectiva turma durante o ano de 2016. Aprofundamos o estudo em dois casos mais significativos para a compreensão do nosso objeto de estudo. A partir da análise dos dados e da construção da informação pontuamos que nessa etapa a aprendizagem da língua escrita se confunde com o processo de aprendizagem mais amplo e, por isso, a construção de sentidos subjetivos positivos relacionados à alfabetização tem estreita relação tanto com as possibilidades de aprendizagem quanto com o desenvolvimento da expressão oral e escrita das crianças. Ressaltamos que a construção de sentidos subjetivos não acontece de maneira direta a partir dos acontecimentos vividos pelas crianças, mas se articulam a momentos e contextos vividos durante a aprendizagem. Atribuímos ao contexto pedagógico interativo da sala de aula, criado pelo encontro da professora com seus alunos, uma parcela significativa do potencial de desenvolvimento criativo das crianças. E concluímos que a aprendizagem da leitura e da escrita não pode ser dicotomizada em um processo operacional desconsiderando a subjetividade do aprendiz, mas que a alfabetização deve ser pensada a partir das construções do sujeito compreendidas a partir de uma perspectiva integradora em que mesmos processos operacionais da aprendizagem da leitura e escrita se constituem subjetivamente para os estudantes que assumem papel de sujeitos de seus processos, que englobam também a compreensão da operacionalidade da escrita.