BARROS, Ariane Ferreira (2018)
A Ausência de Currículo Para o Ciclo de Alfabetização: Percepções de Professores de Inglês da Rede Municipal de Ensino de São Paulo
São Paulo, 2018. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Linguística Aplicada e Estudos de Linguagem)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
A Ausência de Currículo Para o Ciclo de Alfabetização: Percepções de Professores de Inglês da Rede Municipal de Ensino de São Paulo.
Nome do Orientador: Maria Antonieta Alba Celani
Área: Linguística, Letras e Artes: Linguística e Letras
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: O objetivo desta pesquisa é desvelar as percepções de professores de língua inglesa do Ciclo de Alfabetização da Rede Municipal de Ensino de São Paulo sobre a ausência de currículo para esse ciclo e investigar o que norteia a prática desses professores na ausência de um referencial curricular. Este é um estudo de caso inserido no paradigma qualitativo-interpretativista (TRIVIÑOS, 1987; RIZZINI et al 1999; YIN, 2001; LIER, 2005; CHIZZOTI, 2006) que foi realizado com dez docentes de Língua Inglesa do Ciclo de Alfabetização (1o a 3o anos) da referida rede. Os instrumentos de coleta de dados foram um questionário de perfil profissional e uma entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados à luz da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977). A fundamentação teórica foi construída a partir dos estudos de Rocha (2006, 2007, 2008, 2010a, 2010b, 2012) sobre a ausência de currículo de LI no EFI no Brasil e de Silva (2014), Sacristán (1989, 2000, 2013), Imbérnon (2013), Contreras (2002), dentre outros, sobre questões curriculares. Buscou-se, ainda, em Scott e Ytreberg (1990), Halliwell (1992), Phillips (1993), Moon (2000), Cameron (2001) e Pinter (2017) os pressupostos que delineiam o ensino de inglês para crianças. Vygotsky (1984/2007) e Moyles (2002) trazem os constructos que fundamentam o papel do brincar no ensino de LI para crianças. Por fim, as ideias de Freire (1996/2011a; 1983/2011b), Celani (2004, 2008, 2010, 2016), Contreras (2002) e Nóvoa (1992) foram retomadas para ratificar a necessidade de momentos de formação que propiciem a prática reflexiva dos docentes de LI que atuam nesse ciclo. Os resultados apontam a necessidade de se estabelecer um referencial curricular de língua inglesa para o Ciclo de Alfabetização. Além disso, apontam que os professores de inglês que dão aula no Ciclo de Alfabetização parecem conceber o currículo de modos diferentes e, em especial, como uma lista de prescrição e de conteúdos; que há lacunas em sua formação inicial que dificultam o trabalho com os alunos desse ciclo e os professores tentam preenchê-las com formação contínua; que a ausência de currículo torna o trabalho dos professores mais solitário fazendo com que eles baseiem as suas tomadas de decisão em experiências anteriores e, por fim, que trabalhos pedagógicos pertinentes nem sempre são validados – em especial as atividades lúdicas – devido à ausência de currículo. Na ausência de um referencial curricular, a prática desses professores parece ser norteada por sua formação, pelas experiências vivenciadas durante a carreira/com colegas de profissão, por suas crenças e concepções sobre ensino-aprendizagem de LI e pelas leituras e estudos que fazem por conta própria.