SOARES, Cristina Dallastra (2018)
Prática Pedagógica de Alfabetizadores do 1º Ano: Interrogações Sobre a Formação Continuada
Prática Pedagógica de Alfabetizadores do 1º Ano: Interrogações Sobre a Formação Continuada.
Paraná, 2018. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Tuiuti do Paraná.
Nome do Orientador: Maria Iolanda Fontana
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A pesquisa de abordagem qualitativa teve como objeto de estudo as relações entre a prática pedagógica de professores alfabetizadores, do primeiro ano do Ensino Fundamental com a formação continuada ofertada pela Secretaria Municipal de Ensino de Curitiba. A pesquisa teve como objetivo geral: analisar as relações entre as práticas pedagógicas de alfabetização e letramento, no primeiro ano do Ensino Fundamental com as orientações teórico-metodológicas da formação continuada oferecida pela SME. O desenvolvimento da pesquisa tem como objetivos específicos: analisar o estado do conhecimento em teses e dissertações, disponíveis nos bancos de dados da Capes, referentes as categorias: prática pedagógica de alfabetização e formação continuada de alfabetização; compreender os fundamentos teórico-metodológicos da prática pedagógica de alfabetização e letramento na história da educação brasileira e as discussões atuais sobre o trabalho com a consciência fonológica e ludicidade; compreender as políticas públicas para a formação de professores alfabetizadores a partir da LDBN/1996; analisar as relações e contradições entre os fundamentos teórico-metodológicos da formação continuada de alfabetização na RME de Curitiba, e as repercussões para a prática pedagógica de alfabetizadores, no primeiro ano do Ensino Fundamental. A metodologia de análise foi a dialética, na perspectiva do materialismo histórico, intencionando captar os determinantes sociais, políticos, econômicos e as contradições que configuram a realidade da prática pedagógica e da formação continuada de alfabetizadores da RME. O trabalho de campo constou de entrevistas com docentes da Secretaria Municipal de Educação, dos Núcleos Regionais da Educação do Município e das escolas municipais, como também a verificação das orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Municipais, para a alfabetização e letramento. A análise do conteúdo das entrevistas foi realizada com base no método de Bardin (1977). A pesquisa bibliográfica teve como embasamento, principalmente a produção de autores: sobre prática pedagógica de alfabetização e letramento: Mortatti (2006, 2014), Soares (2004, 2016, 2017), Ferreiro (1999, 2013); sobre aprendizagem e desenvolvimento cognitivo: Vigotski (1993, 2001, 2007), Scliar-Cabral (2013), Dehaene (2012); sobre a ludicidade: Kishimoto (1997), Brougère (1998); sobre a consciência fonológica: Martins (1991, 1995), Adams (2006); sobre a política nacional para a formação continuada: Saviani (2007), Gatti, Barretto, André (2011), Brzezinski (2007), Cury (1995, 2016). A análise das entrevistas permitiu constatar que as ações formativas da SME de Curitiba, estão baseadas nas Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba, que orientam como fundamento, da prática pedagógica de alfabetizadores, a concepção sociointeracionista de aprendizagem e propõem o trabalho associado de alfabetização e letramento para a interação e o envolvimento do estudante com o mundo letrado. Ressalta-se que os processos formativos, revelaram algumas contradições: as lacunas com relação ao suporte necessário à prática pedagógica, tornando-se em alguns casos, uma cobrança para executarem aquilo que foi repassado nos cursos, contradizendo com a proposta do protagonismo docente, indicado pelas formadoras. As entrevistas revelaram que as professoras não enfatizaram uma concepção pedagógica de alfabetização, manifestaram reconhecimento da abordagem sociointeracionista de aprendizagem em acordo com as diretrizes do município e orientações recebidas nas formações da SME. Foi possível inferir que existem fragilidades teórico-práticas na abordagem da alfabetização, consciência fonológica e ludicidade, nos processos formativos das professoras que atuam no 1º ano, dificultando a transformação da ação docente, pois as professoras aprendem como fazer, porém não compreendem a relação com a teoria, isto é, não atingem a consciência da práxis pedagógica para garantir as crianças o direito à infância e a aprendizagem da alfabetização.
