AXER, Bonnie (2018)
Todos Precisam Saber Ler e Escrever: Uma Reflexão Sobre a Rede de Equivalências da Alfabetização na Idade Certa
Rio de Janeiro, 2018. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Todos Precisam Saber Ler e Escrever: Uma Reflexão Sobre a Rede de Equivalências da Alfabetização na Idade Certa.
Nome do Orientador: Elizabeth Fernandes de Macedo
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A presente pesquisa possui como pano de fundo o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), um acordo assumido pelos governos federal, estaduais e municipais para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade. Nesse sentido, esta tese dialoga com o campo do Currículo e com seus aportes teóricos mais recentes para problematizar o discurso da idade certa que constitui o PNAIC. Assim, serão articuladas aqui as discussões acerca da política curricular a partir da base teórica pós-estrutural do campo do Currículo, que o entende de forma discursiva, questionando as identidades e os posicionamentos fixos na produção curricular e não o engessando nos moldes culturais e conteudistas (LOPES; MACEDO, 2011; MACEDO, 2015; 2016). Com base em tal perspectiva teórica, traduzo ainda o PNAIC não apenas como programa de formação, mas fundamentalmente como política curricular; defendo que toda e qualquer produção curricular é sempre um processo contínuo de sentidos incompletos e em disputa. Com essa perspectiva, trago para o diálogo com o campo do currículo os campos da alfabetização e da avaliação e suas disputas de concepções que se fazem presentes também no PNAIC. Assim, a partir dos objetos de análise escolhidos nesta pesquisa documentos orientadores e direcionados à formação dos professores alfabetizadores via Pacto opero com o entendimento de tradução (DERRIDA, 2005) da política, de maneira a contribuir com a releitura do currículo com base nas contribuições pós-coloniais (BHABHA, 1998), compreendendo-o como enunciação cultural, linguagem, vivência e experimentação. O desejo de questionar o discurso da idade certa e seus desdobramentos como a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) é movido pelo afastamento que ele possui das defesas que a política em questão faz sobre o processo de alfabetização e ensino da leitura e da escrita. Portanto, a argumentação central da tese é a interpretação do PNAIC como política curricular que se constitui como rede de relações e equivalências; logo, uma rede política não definida em absoluto e movente, que envolve posições de poder sem uma determinação a priori e que é constituída provisoriamente, mas que acaba por produzir uma base curricular nacional para a alfabetização