OLIVEIRA, Renata Araújo Jatobá de (2019)

OLIVEIRA, Renata Araújo Jatobá de. Saberes e Práticas Pedagógicas dos Professores Alfabetizadores nos Contextos Escolares no Brasil e na França: Gestão da Avaliação Através da Intermediação-Planejada no Ciclo de Alfabetização. Pernambuco, 2019. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação) Universidade Federal de Pernambuco.

Nome do Orientador: Magna do Carmo Silva

Área: Ciências Humanas: Educação

Assunto: Em Análise

Referencial Teórico: Em Análise

Natureza do Texto: Em Análise

Resumo: Nesta pesquisa, investigamos a constituição dos saberes e as práticas dos docentes participantes das formações do PNAIC (Brasil) e do Éduscol/Ifé – PPC2 (França) relacionados a abordagem com a Gestão do Ensino da Leitura e da Escrita e a Gestão da Avaliação através da Intermediação-Planejada nas aprendizagens das crianças nas turmas do Ciclo de Alfabetização/Cycle 2. A análise partiu do estudo macro, visão geral da rede (Brasil) e da escola (França), ao aprofundamento micro, através das práticas de sala de aula nos dois contextos, nos quais a gestão do ensino nos anos do ciclo de alfabetização e CP/Cycle 2 foram evidenciadas em práticas intencionais, sistemáticas e planejadas. Na presente tese, tomamos como base os fundamentos da educação democrática e dos conceitos de libertação e autonomia. Assim, abordamos três pontos teóricos para alfabetização e letramento. Na primeira seção, tratamos da formação continuada enquanto desenvolvimento profissional e, para isso, abordamos o conceito dos saberes docentes, na perspectiva da construção do conhecimento sobre a leitura e a escrita, através da parceria entre o ensino explícito e a perspectiva construtivista. Além disso, consideramos, ainda, as discussões teóricas sobre os estilos, esquemas, gestos e gêneros profissionais. Na segunda seção, tratamos das práticas docentes para alfabetização e letramento e, para isso, abordamos as reflexões sobre o que devemos ensinar a partir de como a criança aprende e defendemos a alfabetização sistemática. Na terceira seção, tratamos dos fundamentos da avaliação e, para isso, abordamos a perspectiva do ensino para diversidade das aprendizagens e do princípio do planejamento e da prática avaliativa para o desenvolvimento desse ensino. O nosso embasamento teórico-metodológico foi a partir da pesquisa qualitativa e quantitativa em educação e adotamos como procedimentos metodológicos: (i) a análise documental dos livros de formação (PNAIC e PPC2); (ii) a aplicação dos questionários, aberto (725 professores) e fechado (939 professores) para os professores da rede de ensino municipal do Recife (1º ao 3º anos) do ciclo de alfabetização, no Brasil, e o questionário aberto (7 professores) da GS e Ciclo 2 (CP, CE1 e CE2) da França; (iii) as observações das turmas do professoras dos três anos (1º ao 3º) do ciclo de alfabetização do Brasil e uma professora (CP) do Ciclo 2 da França; e, por fim, (iv) realizamos as entrevistas – semiestruturadas, minientrevistas e de explicitação – nos dois contextos da pesquisa e com as mesmas professoras. Todas as professoras, dos dois contextos, possuem mais de 5 anos de experiência na mesma turma de atuação. Para leitura dos dados, utilizamos o método de análise de conteúdo com fundamento em Bardin (2009). Os resultados foram organizados em dois grandes blocos de análise. O primeiro trata dos dados do Brasil e o segundo é referente aos dados da França. Em relação ao Brasil, sobre o documento analisado (PNAIC), destacamos a existência das orientações referentes ao planejamento, a rotina, a organização da avaliação e do trabalho pedagógico e das reflexões sobre heterogeneidade. Assim, verificamos que as orientações que envolvem a gestão da avaliação, nesse documento, é quem conduz o trabalho docente para a gestão do ensino da leitura e da escrita, aspecto primordial para o desenvolvimento do trabalho pedagógico sistemático. No perfil dos professores da rede do Recife, foi verificado que no 1º ano existe a alfabetização e o letramento como meta além da evidenciação sobre a importância da troca de experiência entre os pares; o 2º ano, foi identificada evidência sobre da preocupação inicial com o trabalho da heterogeneidade e com a observação das aprendizagens das crianças que é apresentada com maior ênfase; no 3º ano, ficou evidente a insatisfação por não ter a possibilidade da escolha para atuar neste ano, além do desejo em priorizar estudos sobre os temas da área educacional geral em relação a especificidade da alfabetização, que foi pouco mencionada. Nas práticas docentes do Brasil, ficou evidente que as professoras apresentam a compreensão de que é necessário diversificar as intervenções e as formas de agrupamento na tentativa de garantir o atendimento para a heterogeneidade. No Brasil os dispositivos pedagógicos são desenvolvidos pelos professores na perspectiva da avaliação integrada envolvendo planejamento do professor, da escola e avaliação no ciclo de alfabetização para programar as ações ajustadas e os dispositivos didáticos são específicos dos estilos das professoras pesquisadas além do perfil coletivo que o trabalho das três professoras participantes da pesquisa. E, por fim, que existem práticas recorrentes nos momentos inicial, medial e final, envolvendo dispositivos didáticos e pedagógicos e gestos profissionais trabalhados pela professora com intervenção da ação docente no foco no erro, na dúvida ou do acerto com atividade avaliativa (oral ou escrita).