PAPIM, Angelo Antonio Puzipe (2019)
A Ação Pedagógica na Perspectiva Vygotskyana: Compreensão da Linguagem no Ato de Ensinar e Aprender
São Paulo, 2019. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho.
A Ação Pedagógica na Perspectiva Vygotskyana: Compreensão da Linguagem no Ato de Ensinar e Aprender.
Nome do Orientador: Anna Augusta Sampaio de Oliveira
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Ensinar e aprender são dois verbos que, com frequência, são conjugados separadamente, nos espaços educacionais, principalmente em contextos de educação especial. É comum o desencontro entre motivos e interesses de professores e crianças, no contexto educacional. É com a finalidade de ensinar e aprender em função da diversidade, incluindo a criança com deficiência intelectual, que a interação pedagógica reclama para si a construção de um espaço mais inclusivo, no qual ambos os verbos possam ser conjugados juntos e não mais em separado. Nesse sentido, a teoria histórico-cultural apresenta-se como base para a construção de espaços que exigem, de seus atores, uma postura dialógica entre os diferentes, aumentando as oportunidades da criança que aprende em ser uma colaboradora no processo que visa a ensiná-la. Por isso, nessa perspectiva, o professor precisa, no ato de ensino, permitir a fluência da voz do outro, de maneira a compreender o que ele sabe, sente e vive, para, desse modo, construir uma interação social colaborativa que supra o que a criança precisa saber, sentir e viver, numa relação pedagógica dialógica e inclusiva. Diante da necessidade da construção de um espaço educacional cooperativo, levanta-se a hipótese sobre o processo de ensino e aprendizagem de crianças com deficiência intelectual junto aos professores, enquanto atores de uma agência educacional dialógica. Desse modo, a investigação teve, como objetivo, compreender, com base na ação pedagógica dialógica, a função mediadora da linguagem pedagógica na organização de processos interativos, cooperativos e dialógicos, os quais possam produzir processos com sentido social para professores e crianças. A fim de responder ao objetivo, realizou-se um estudo de caso com duas crianças e dois professores, participantes de um projeto de pesquisa mais amplo, cujo objetivo era identificar as melhores formas de alfabetizar a criança com deficiência intelectual. A partir desse projeto, para esta pesquisa, foram coletados os dados de fontes documentais: PIS e RAI, material pedagógico e de apoio e filmagens do acervo de filmagens do Projeto de Alfabetização, na área da deficiência intelectual (PADI). Como critérios para a seleção dos dados, considerou-se a relevância para a análise da interação dialógica, da circulação dos materiais pedagógicos e da fala dos professores e crianças. As interações dialógicas efetivadas entre professores, crianças e coisas da cultura possibilitariam compreender como os diferentes motivos e intenções podem ser alinhados, na interação social cooperativa, de sorte a produzir, por intermédio dos comportamentos dialógicos, um sentido social para validar as ações de ensino e aprendizagem, num espaço composto por diferenças. O resultado permite tecer uma interpretação que contribui para a discussão de um cenário educacional onde se possa reconhecer, com base na interação social com a diversidade, práticas pedagógicas dialógicas, capazes de utilizar a função mediadora da linguagem, como uma possibilidade de construir uma educação humanizadora.