MARRA, Marisa Francisca Galdeano (2019)
Histórias Vivenciadas no Externato de Santa Teresinha 1942-1972
Minas Gerais, 2019. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Uberlândia.
Histórias Vivenciadas no Externato de Santa Teresinha 1942-1972.
Nome do Orientador: Sônia Maria dos Santos
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: A Constituição de 1891 declarou a laicidade do ensino, o que tirou a Igreja Católica da posição que havia ocupado na monarquia, ou seja, tirou o controle ideológico da escola. Mas as ações dos governos republicanos não bastaram para suprir a demanda por escolarização; de modo que aonde o Estado não chegava com o grupo escolar (modelo de escola pública) o ensino privado se impôs. Como resultado, a escolarização no país passou a ter uma feição dual: escola pública em capitais e cidades interioranas mais desenvolvidas; escola particular em cidades menores (mas não só) para suprir a demanda da elite econômica. Como muitos municípios, Araguari, MG, experimentou essa dualidade. A pesquisa apresentada nesta dissertação de mestrado toca nessas questões ao abordar o Externato Santa Teresinha, escola confessional surgida nos anos 1930 e funcionaria até 2008. No período 1942–72, a escola foi mudada de donos, mas a diretora permaneceu o último instante, assim com outros funcionários. A pesquisa partiu destes questionamentos sobre como o externato se inseriu no contexto educacional de Araguari; sobre o público atendido; e sobre práticas escolares, dentre outros pontos. A pesquisa objetivou construir uma compreensão histórica das relações entre educação e religião tendo em vista o surgimento e funcionamento do externato; seu impacto na sociedade; diretrizes pedagógicas e didáticas; e práticas de escolarização. A pesquisa recorreu à História Oral como metodologia, com suporte de procedimentos da história cultural. Além das narrativas orais de cinco entrevistados, as fontes de pesquisa incluíram iconografia e imprensa, dentre outros. Os resultados produziram constatações em torno do status do externato como escola: alinhada na lógica do prestígio pela seleção, com diretrizes curriculares, pedagógicas e didáticas próprias e ensino bem-sucedido; marcada pelo controle de condutas com rigor e separação entre meninos e meninas; e onde o corpo docente tinha liberdade para agir. Portanto, na sociedade local, o externato supriu a demanda por escolarização de quem podia arcar com mensalidades e outras despesas escolares, assim como a demanda por trabalho docente com a formação de normalistas.