CASTRO, Juliana Cabral Junqueira de (2019)
A Representação do Professor em Manuais do Professor de Livros de Alfabetização do Programa Nacional do Livro Didático - Pnld
Minas Gerais, 2019. Tese de Doutorado (Pós-Graduação em Estudos Linguísticos)
Universidade Federal de Minas Gerais.
A Representação do Professor em Manuais do Professor de Livros de Alfabetização do Programa Nacional do Livro Didático - Pnld.
Nome do Orientador: Renato de Mello
Área: Linguística, Letras e Artes: Linguística e Letras
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Nesta pesquisa, propomo-nos a investigar como o professor é representado nos Manuais do Professor dos Livros Didáticos de Alfabetização, do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Como o programa funciona em ciclos trienais, selecionamos um Manual do Professor de cada edição correspondente aos anos 2000/2001, 2004, 2007, 2010, 2013, 2016. O PNLD foi criado em 1985, mas só a partir de 2000 é que passam a existir editais que regulam o processo de avaliação, excluindo os professores do processo de seleção dos livros. Desse modo, por tais editais serem documentos que impõem restrições ao gênero Manual do Professor, optamos por escolher obras posteriores ao documento. Para identificar e analisar as mudanças na representação do professor nos manuais, utilizamos principalmente a Teoria Semiolinguística, de Charaudeau, sobretudo em relação ao Modo de Organização Enunciativo, que revela em qual posição o sujeito falante se coloca frente a seu interlocutor, portanto seu comportamento enunciativo. Assim, procuramos verificar a ocorrência das modalizações de cada um dos comportamentos enunciativos adotados no Manual do Professor, a fim de entender como a posição do sujeito interlocutor, no caso, o professor, é marcada em cada obra. Por utilizarmos a Teoria Semiolinguística como ancoragem principal, tentamos elucidar as contribuições das teorias da enunciação (Bally, Jakobson, Benveniste e Bakhtin) para o conceito de sujeito, e das teorias das representações (principalmente com Durkheim e Moscovici) para o conceito de imaginários discursivos. Outrossim, explicamos, à luz da Teoria Semiolinguística, o contrato de comunicação do Manual do Professor, buscando observar a situação de comunicação, os sujeitos envolvidos, o gênero Manual do Professor, com suas restrições, as “finalidades” desse contrato. Além da Semiolinguística, valemo-nos também das categorias que evidenciam as competências referenciais, axiológicas e praxeológicas do interlocutor, como validação à priori do contrato comunicacional, conforme propõe Emediato, para desvendar como esse interlocutor – o professor – é representado nos textos. Nossa conclusão é que os manuais mais antigos pressupõem um professor mais autônomo e competente; já os mais novos, um professor dependente de respostas para as atividades do livro do aluno e instruções altamente detalhadas para o uso do livro e a condução da aula.