ARAÚJO, Sâmara Carla Lopes Guerra de (2019)
Trabalho Docente, Infância e Políticas de Alfabetização e de Avaliação: Um Estudo Sobre a Identidade das Professoras de 1º Ciclo de Belo Horizonte
Minas Gerais, 2019. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Minas Gerais.
Trabalho Docente, Infância e Políticas de Alfabetização e de Avaliação: Um Estudo Sobre a Identidade das Professoras de 1º Ciclo de Belo Horizonte.
Nome do Orientador: Dalila Andrade Oliveira
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Esta investigação analisa as repercussões das políticas educacionais de alfabetização (PNAIC, Programa Mais Alfabetização) e de avaliação (SAEB, SIMAVE, AvaliaBH) sobre o trabalho e a identidade profissional das professoras de 1º ciclo das escolas da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. No desenvolvimento da pesquisa, foi feita revisão bibliográfica sobre trabalho docente, infância e políticas de alfabetização e de avaliação, bem como um levantamento documental de normativas relacionadas aos sujeitos da pesquisa, às professoras de 1º ciclo, e ao contexto de realização desta investigação, a Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte e suas políticas pedagógicas. Na pesquisa de campo, foi aplicado um questionário exploratório e realizadas entrevistas semiestruturadas. A tese defendida consiste na compreensão de que o trabalho e a identidade das professoras que atuam no 1º ciclo do ensino fundamental têm sido modelados por meio das políticas de alfabetização e avaliação vigentes. Acredita-se que, na busca pela melhoria da qualidade da educação e superação dos baixos índices de aprendizagem dos estudantes, a escola tem sido caracterizada como o núcleo da gestão, ou seja, tem sido cada vez mais associada à cultura da eficiência e demonstração de resultados. E a sala de aula tem se tornado lugar para o desenvolvimento de didáticas de resultados, redefinindo, assim, o trabalho e a identidade de seus professores. A reconfiguração da organização e dos conhecimentos escolares, contribuindo para o empobrecimento do conceito de alfabetização e para a redução da infância e da criança à condição de aluno, tem posto em questão o direito à educação, seus objetivos e finalidades e vem atribuindo novos sentidos à educação e, em especial, ao processo de alfabetização escolar. Constata-se que as professoras de 1º ciclo da Rede Municipal de Belo Horizonte, por um lado, vivenciam a cultura de avaliação no cotidiano escolar e, por outro, buscam desenvolver práticas educativas que reconheçam a criança e a infância e suas formas de aprender, para além da função de aluno. Buscam ainda dar sentido ao processo de alfabetização e à responsabilidade social de seu trabalho, em meio às novas modelagens de sua identidade.