NOBRE, Natiély Ramyla de Almeida Ferreira (2021)
Das Águas do Rio Ao Som das Aves Pantaneiras: a Formação Para o Trabalho em Escolas Ribeirinhas do Pantanal Sul-Mato-Grossense na Visão de Professoras Alfabetizadoras
Mato Grosso do Sul, 2021. Dissertação de Mestrado Acadêmico (Pós-graduação em Educação)
Univerdidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Das Águas do Rio Ao Som das Aves Pantaneiras: a Formação Para o Trabalho em Escolas Ribeirinhas do Pantanal Sul-Mato-Grossense na Visão de Professoras Alfabetizadoras.
Nome do Orientador: Patricia Maria Vanzella
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Obs.: orientadora correta Márcia Regina do Nascimento Sambugari A presente dissertação faz parte da linha de pesquisa “Práticas educativas, formação de professores (as)/educadores (as) em espaços escolares e não escolares” do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Câmpus do Pantanal (CPAN), área de concentração em Educação Social. Parte do pressuposto de que a escola do campo, no contexto ribeirinho, possui singularidades que diferem das escolas da cidade, sendo necessário um trabalho de alfabetização, pautado nas especificidades da população ribeirinha, em seu aspecto social, econômico e político. No contato com estudos que abordam as escolas no campo, verifica-se uma ênfase no currículo das escolas da cidade, distanciando-se da realidade dos (as) educandos (as), tornando-se um desafio aos (às) professores (as) que atuam nessas regiões. Ao focalizar o (a) professor (a) alfabetizador (a) nesse contexto, algumas questões emergem tais como: será que receberam formação inicial e/ou continuada para atuarem nesses contextos? Quais motivos os (as) levaram a atuar em escolas ribeirinhas? Em busca de respostas, a pesquisa teve como objetivo geral compreender a percepção de professoras alfabetizadoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sobre a sua formação para o trabalho em escolas ribeirinhas da rede municipal de ensino de Corumbá, MS. Como objetivos específicos buscaram-se: (i) identificar como as professoras avaliam a formação inicial do Curso de Pedagogia para atuar em escolas ribeirinhas; (ii) conhecer como as professoras refletem as práticas de alfabetização, em contexto de escola ribeirinha e a relação com os saberes socioculturais da região do Pantanal. Numa abordagem qualitativa, o estudo é descritivo e exploratório, segundo os objetivos, tendo como procedimento para produção de dados a realização de entrevista, com roteiro semiestruturado, com cinco professoras alfabetizadoras, com atuação de um ou mais anos, em escolas, localizadas às margens do Rio Paraguai. Os dados foram organizados em três eixos: (i) formação, (ii) ser professora ribeirinha; (iii) prática pedagógica, buscando analisar no depoimento delas o que foi recorrente e quais as singularidades. Com relação à formação, os resultados indicam que a formação inicial precisa ser diferente, devido às especificidades do contexto e que na formação continuada, embora haja avanços, são apontadas, como retrocesso, ações descontextualizadas das escolas ribeirinhas. Quanto ao ser professora ribeirinha, a análise indica que, embora seja positivo o aprendizado com as crianças e o conhecimento da cultura local, as professoras relatam dificuldades relativas ao distanciamento da cidade e dos familiares, ao trabalho com crianças deficientes, em salas multisseriadas, bem como à logística na espera de materiais necessários para realizarem as aulas. Com relação à prática pedagógica, as alfabetizadoras evidenciam que partem do contexto sociocultural das crianças, tomando como fontes ações de formação continuada, livros, pesquisas na internet e/ou busca de orientações com a coordenação da escola. Se esse rio fosse nosso, um currículo específico seria elaborado para as escolas ribeirinhas, os (as) professores (as) teriam melhores condições de trabalho, seriam mestres e/ou doutores (as), pois o compromisso é por uma escola da comunidade ribeirinha e não na comunidade ribeirinha.