COSTA, Júlio Resende (2022)
Entre o prescrito e o realizado no Grupo Escolar Yolanda Jovino Vaz (1961-1971)
Minas Gerais, 2022. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Uberlândia.
Entre o prescrito e o realizado no Grupo Escolar Yolanda Jovino Vaz (1961-1971).
Nome do Orientador: Sônia Maria dos Santos
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Esta tese de doutorado, vinculada à linha de pesquisa História e Historiografia da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, apresentou como propósito central reconstruir um fragmento da história da alfabetização no Grupo Escolar Yolanda Jovino Vaz, em Arcos, Minas Gerais, de 1961 a 1971. Definimos o seguinte objetivo geral para a pesquisa: a partir da História Oral Temática, identificar as práticas de leitura e escrita no Grupo Escolar Yolanda Jovino Vaz, no período compreendido entre 1961 e 1971. Assentamos nosso estudo nos postulados da História Cultural, que indicou a linha de pensamento adotada no texto e construiu as bases lógicas e conceituais necessárias para nossa argumentação. Para isso, elaboramos o referencial teórico a partir dos princípios da École des Annales, da História Oral e seus gêneros narrativos, das fontes documentais e iconográficas, que constituíram o percurso metodológico da pesquisa. Inicialmente, buscamos descobrir se as professoras do 1º ano primário seguiram o método de alfabetização prescrito nos programas oficiais de ensino ou se optaram por outras estratégias metodológicas para ensinar a leitura e a escrita, fio condutor da nossa tese. A década em estudo marcou a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, resultante de um intenso debate iniciado na década de 1930, entre intelectuais escolanovistas e religiosos conservadores. Por meio da metodologia da História Oral, analisamos a narrativa de alfabetizadoras que lecionaram no 1º ano primário do referido grupo escolar. Os relatos orais revelaram o modus vivendi e o modus operandi das professoras alfabetizadoras. As narrativas evidenciaram, também, como se deram as práticas de ensino da leitura e escrita das professoras alfabetizadoras, assim como suas representações e contribuições para a construção de uma cultura escolar própria do Grupo Escolar Yolanda Jovino Vaz. A revisão documental compreendeu a análise de documentos escritos, iconográficos e artefatos do mobiliário escolar da época: livros de matrícula, de resultado final, inventário, jornais, dentre outros materiais. Iluminada pelo referencial teórico, a análise das narrativas se deu dialeticamente com as outras fontes utilizadas no estudo. Defendemos a tese de que, embora as orientações oficiais prescrevessem o método global de contos como a melhor estratégia para ensinar a leitura e a escrita nos grupos escolares, as professoras resistiram e optaram por outra estratégia metodológica que julgaram ser mais apropriada em suas práticas de alfabetização. Por meio dos relatos orais, perseguimos os indícios que conduziram à convicção de que, entre as alfabetizadoras, houve resistência ao método global de contos. Em suas práticas pedagógicas, elas optaram pela manutenção do método silábico ou pelo método de Maria Serafina, este último, uma variação do método global de contos