FONSECA, Luciana Renata Moreira (2022)
Leitura Psicanalítica da Relação Entre Fracasso Escolar e Educação Especial Por Meio de Estudos Clínico-Pedagógicos de Crianças e Adolescentes Diagnosticados Devido a Impasses na Alfabetização
Leitura Psicanalítica da Relação Entre Fracasso Escolar e Educação Especial Por Meio de Estudos Clínico-Pedagógicos de Crianças e Adolescentes Diagnosticados Devido a Impasses na Alfabetização.
Minas Gerais, 2022. Tese de Doutorado (Pós-graduação em Educação)
Universidade Federal de Minas Gerais.
Nome do Orientador: Ana Lydia Bezerra Santiago
Área: Ciências Humanas: Educação
Assunto: Em Análise
Referencial Teórico: Em Análise
Natureza do Texto: Em Análise
Resumo: Esta tese refere-se a uma pesquisa/intervenção de orientação psicanalítica junto a alunos que apresentam impasses na alfabetização e possuem um diagnóstico que os classifica como público da Educação Especial. O trabalho apresenta os resultados de uma investigação sobre os possíveis fenômenos que interferem no processo de ensino-aprendizagem e podem contribuir para produzir entraves em tal processo. A pesquisa teve, como referencial teórico, a educação e a psicanálise, abordando os temas “fracasso escolar: patologização e medicalização dos problemas escolares”, “inclusão educacional” e “possibilidades de articulação entre educação e psicanálise”. Para isso, buscou-se conhecer os resultados alcançados pelas escolas de Itabira (MG) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e nas provas do Sistema de Avaliação das Escolas Municipais de Itabira (Saemi), ambos de 2017. Desse modo, foi feito um mapeamento dos alunos com diagnóstico da Educação Especial inseridos nessasinstituições no período de 2015 a 2019 e observado a forma como esses diagnósticos têm sido realizados. Assim, entrevistou-se um psiquiatra, um neurologista e uma psicóloga para entender os critérios considerados e os referenciais teóricos utilizados para a definição de alguns diagnósticos. Realizou-se também um estudo de caso com dois alunos: um com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista e outro de Deficiência intelectual, frequentando o ensino regular. Utilizando o estudo de caso, do Diagnóstico Clínico-pedagógico, das Entrevistas Clínicas de Orientação Psicanalítica e das intervenções pedagógicas, foi possível resgatar a trajetória escolar de tais alunos, identificar quais eram seus entraves acadêmicos, localizar se eram de ordem conceitual-pedagógica ou clínica e intervir de forma a auxiliá-los na superação de tais dificuldades escolares. As intervenções nos permitiram aprender com os alunos acerca da relação entre seus impasses acadêmicos, o impacto da nomeação de seu diagnóstico e a sua subjetividade. A hipótese formulada é de que as práticas pedagógicas utilizadas com alunos que apresentam impasses na alfabetização falham quando, além de não levarem em conta a subjetividade do aluno, são atravessadas pelo impacto que a nomeação de um diagnóstico pode causar tanto nos professores, quanto nos próprios alunos. Esta tese refere-se a uma pesquisa/intervenção de orientação psicanalítica junto a alunos que apresentam impasses na alfabetização e possuem um diagnóstico que os classifica como público da Educação Especial. O trabalho apresenta os resultados de uma investigação sobre os possíveis fenômenos que interferem no processo de ensino-aprendizagem e podem contribuir para produzir entraves em tal processo. A pesquisa teve, como referencial teórico, a educação e a psicanálise, abordando os temas “fracasso escolar: patologização e medicalização dos problemas escolares”, “inclusão educacional” e “possibilidades de articulação entre educação e psicanálise”. Para isso, buscou-se conhecer os resultados alcançados pelas escolas de Itabira (MG) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e nas provas do Sistema de Avaliação das Escolas Municipais de Itabira (Saemi), ambos de 2017. Desse modo, foi feito um mapeamento dos alunos com diagnóstico da Educação Especial inseridos nessasinstituições no período de 2015 a 2019 e observado a forma como esses diagnósticos têm sido realizados. Assim, entrevistou-se um psiquiatra, um neurologista e uma psicóloga para entender os critérios considerados e os referenciais teóricos utilizados para a definição de alguns diagnósticos. Realizou-se também um estudo de caso com dois alunos: um com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista e outro de Deficiência intelectual, frequentando o ensino regular. Utilizando o estudo de caso, do Diagnóstico Clínico-pedagógico, das Entrevistas Clínicas de Orientação Psicanalítica e das intervenções pedagógicas, foi possível resgatar a trajetória escolar de tais alunos, identificar quais eram seus entraves acadêmicos, localizar se eram de ordem conceitual-pedagógica ou clínica e intervir de forma a auxiliá-los na superação de tais dificuldades escolares. As intervenções nos permitiram aprender com os alunos acerca da relação entre seus impasses acadêmicos, o impacto da nomeação de seu diagnóstico e a sua subjetividade. A hipótese formulada é de que as práticas pedagógicas utilizadas com alunos que apresentam impasses na alfabetização falham quando, além de não levarem em conta a subjetividade do aluno, são atravessadas pelo impacto que a nomeação de um diagnóstico pode causar tanto nos professores, quanto nos próprios alunos.
